| | 30/01/2005 - 00h05
Renovada, Ferroviária estréia na A-3 contra o XV de Jaú Folhapress
Em Ribeirão Preto A divisão é a mesma, mas as perspectivas, não. Dois anos depois de ser rebaixada, a Ferroviária retorna à Série A-3 do Campeonato Paulista com dinheiro em caixa, salários em dia e o objetivo de continuar a escalada rumo à elite do futebol do Estado. Em 2004, a equipe de Araraquara foi promovida da B-1.
O jogo de estréia será neste domingo, às 10h, contra o XV de Jaú, fora de casa. "Temos chances. Nosso time está mais forte e mais experiente", afirmou o treinador Márcio Ribeiro, há um ano e quatro meses no cargo -raridade no futebol do interior paulista.
A aposta do time é o atacante Reginaldo, artilheiro da Série A-2 do ano passado pelo Bandeirante, com 15 gols, e um dos 14 contratados para a terceira divisão de 2005. "A Ferroviária é um time tradicional -vamos trabalhar para subir", disse o jogador. Ele substituirá Anderson, goleador da B-1 pela Ferroviária em 2004 e negociado com o Fortaleza.
O investimento aumenta na medida da ambição: na B-1, a Ferroviária investia R$ 80 mil mensais entre folha de pagamento e despesas com transporte, hospedagem e manutenção do time. Em 2005, serão R$ 110 mil mensais, bancados por quatro patrocinadores. Uma parceria com o Atlético-PR garante, ainda, o empréstimo e pagamento de salários de quatro atletas do elenco.
Questionado se o investimento é alto, o presidente do clube, Valdir Massucato, responde: "Quando você paga todos os impostos em dia, registra todos os jogadores com salário integral, o custo sobe. Aqui, quando o jogador rescinde contrato, recebe férias, 13º salário, tudo. Vale a pena porque você ganha em credibilidade".
Credibilidade, dois anos atrás, era palavra impronunciável no clube. Sem recursos e endividada, a Ferroviária chegou a atrasar contas de água, luz e abandonar a manutenção do estádio da Fonte Luminosa. À época, não havia sequer água nos vestiários para que os jogadores tomassem banho.
A situação mudou graças à transformação da equipe de futebol em empresa. Uma sociedade anônima, criada por pessoas ligadas ao clube, passou a administrar o time profissional. As dívidas ficaram com o clube e a S.A. nasceu financeiramente saudável.
O ressurgimento da Ferroviária contou com auxílio da prefeitura, que municipalizou a Fonte Luminosa em troca do perdão das dívidas tributárias da agremiação.
Futuro
O saneamento do time de futebol permitiu um cronograma ainda distante da realidade, mas, segundo a diretoria da S.A. possível: a Ferroviária pretende voltar à primeira divisão em dois anos.
"Se no ano que vem jogarmos a A-2, vamos pleitear uma vaga na Série C do Campeonato Brasileiro", disse Massucato. A última vez que a Ferroviária disputou a A-1 foi em 1996. Na A-2, a participação mais recente ocorreu no ano seguinte.
De acordo com o presidente do time, os investimentos aumentarão de modo progressivo até a meta ser conquistada. Faz parte dos planos da Ferroviária, ainda, investir nas categorias de base.
Em 2005, serão cem jogadores, entre juvenis e juniores, que podem ser aproveitados no time principal. A intenção é gastar menos com contratações e, no futuro, engordar o caixa do clube com negociações. |
