! Em velório, mulher nega intenção de Serginho de deixar o futebol - 28/10/2004 - UOL Esporte - Futebol

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  28/10/2004 - 19h19
Em velório, mulher nega intenção de Serginho de deixar o futebol

Da Redação
Em São Paulo

TRAGÉDIA NO MORUMBI

Serginho cai sozinho...


...é socorrido até pelo médico do São Paulo


...carrinho chega para transportá-lo à ambulância


jogadores vão à loucura com demora da ambulância


...zagueiro é colocado no carrinho e médicos tentam reanimá-lo, sem sucesso


...de ambulância, Serginho vai ao hospital, onde chega desacordado, mas com vida


...apesar das orações e votos, zagueiro não resiste e morre no hospital
A mulher do zagueiro Paulo Sérgio Oliveira da Silva, o Serginho, falecido após sofrer um colapso cardíaco durante a partida do São Caetano contra o São Paulo, negou a informação de que o jogador pretendia deixar os gramados no final da temporada.

Elaine da Silva chegou a Coronel Fabriciano, no interior de Minas Gerais, por volta das 17h, no caminhão do Corpo de Bombeiros que trouxe o corpo de Serginho da cidade vizinha de Ipatinga.

"Não é verdade que o Serginho iria parar por causa da arritmia", afirmou Elaine na entrada do velório. "Conversamos sobre isso recentemente quando vimos uma matéria sobre jogadores que continuavam atuando até os 37, 38 anos. O Serginho disse que, desse jeito, ele iria até os 40 anos", completou.

De acordo com esposa do jogador, foi diagnosticada uma arritmia cardíaca no início do ano, mas que os médicos haviam dito a Serginho que não seria necessário interromper a carreira no futebol.

"Ele nem pensou em parar porque não precisava. O médico disse que não teria problema jogar e que o risco seria o mesmo se ele continuasse ou não continuasse jogando", disse Elaine.

Elaine, que conheceu Serginho em Coronel Fabriciano, afirmou que Serginho não assinou nenhum documento isentando o São Caetano de qualquer responsabilidade sobre sua condição de saúde.

Velório
O corpo do jogador do São Caetano foi transportado de avião para a cidade vizinha de Ipatinga, vindo de São Paulo, e foi levado de caminhão para Coronel Fabriciano, cidade onde Serginho passou boa parte de sua adolescência e iniciou sua carreira.

Centenas de moradores da cidade, que tem 12 mil moradores, visitaram o velório nas primeiras horas. O enterro de Serginho está previsto para as 9h de sexta-feira.

A decisão da mulher de Serginho de velar o corpo do jogador em Coronel Fabriciano deixou a família do zagueiro indignada. Moradores da cidade de Serra, na região metropolitana de Vitória-ES, pais, irmãos e parentes do atleta, reclamaram do fato de Serginho não ser enterrado em sua terra natal.

"O Serginho nasceu e cresceu aqui, os amigos e vizinhos estão inconformados, indignados", declarou Daniel de Oliveira da Silva, um dos dez irmãos deixados por Serginho. A família só pode participar do velório porque o meia Luiz Carlos Capixaba, ex-colega do jogador, conseguiu alugar um ônibus para levá-los até Coronel Fabriciano.

Já diretoria do São Caetano pretendia que o jogador fosse velado no ginásio municipal da cidade do ABC paulista. Com a decisão da esposa do atleta, o clube decidiu fretar um avião para levar o corpo de Serginho alguns jogadores e dirigentes do São Caetano.

Os jogadores Lúcio Flávio, Marcinho, Dininho, Sílvio Luiz, Thiago, Mineiro e Euller embarcaram no vôo, com o corpo de Serginho, que decolou às 12h15 do aeroporto de Congonhas. Também estavam no avião fretado o presidente do clube, Nairo Ferreira, a esposa do zagueiro Elaine Cristina, e o filho de quatro anos, Paulo Sérgio Júnior.

Com problemas de saúde, o pai do jogador, Virgílio de Oliveira, de 68 anos, havia recebido a recomendação médica, assim como sua esposa, de manter repouso. Até por isso, os familiares procuraram fazer um apelo para que a mulher do jogador autorizasse a passagem do corpo por Serra.

"Médicos proibiram meus pais de viajar, estão com problemas sérios de saúde, pressão alta. Não é pelo fato de não termos condições, já que somou humildes, todos trabalham, ganham pouco. Não por nós, mas pelo pai pela mamãe", afirmou Maria da Graça de Oliveira da Silva, irmã de Serginho.

Segundo Maria da Graça, a última vez que Serginho visitou os pais foi em junho, quando passou o final de semana. "Via ele só uma vez por ano, durante as festas. Vinha com a esposa, o filho e cunhada", conta a irmã, revelando que o jogador "ajudava um pouquinho o papai".

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Veja vídeo da tragédia:


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