! Serginho não resiste e morre depois de desmaiar em campo - 27/10/2004 - UOL Esporte - Futebol

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  27/10/2004 - 23h03
Serginho não resiste e morre depois de desmaiar em campo

Danilo Valentini
Em São Paulo

TRAGÉDIA NO MORUMBI

Serginho cai sozinho...


...é socorrido até pelo médico do São Paulo


...carrinho chega para transportá-lo à ambulância


jogadores vão à loucura com demora da ambulância


...zagueiro é colocado no carrinho e médicos tentam reanimá-lo, sem sucesso


...de ambulância, Serginho vai ao hospital, onde chega desacordado, mas com vida


...apesar das orações e votos, zagueiro não resiste e morre no hospital
O zagueiro Serginho, do São Caetano, não resistiu à parada cardiorrespiratória que sofreu durante o jogo entre o time do ABC e o São Paulo, na noite desta quarta-feira, no estádio do Morumbi, pelo Campeonato Brasileiro, e morreu.

Serginho desmaiou em campo aos 14min do segundo tempo da partida, que foi suspensa pelo árbitro Cléber Wellington Abade quando ainda apresentava o placar de 0 a 0. O término da partida ainda não tem data marcada. E a CBF já desmarcou a partida contra o Paraná, que seria disputada no domingo, no estádio do São Caetano.

Nesta quarta, o zagueiro sofreu um mal súbito e caiu no gramado do Morumbi, sendo imediatamente atendido pelos jogadores de ambas as equipes. Às pressas, os médicos dos dois clubes tentaram reanimar o atleta, fazendo massagem cardíaca e respiração boca-a-boca.

O jogador, que completou 30 anos de idade no último dia 19, foi levado ao hospital São Luiz, em São Paulo, mas morreu às 22h45 desta quarta-feira, 40 minutos depois de dar entrada no hospital.

Entre seus amigos, os primeiros a chegar ao hospital foram os volantes Claudecir e Magrão, do Palmeiras, que jogaram com ele no São Caetano, e o zagueiro Gustavo, que estava suspenso para esse jogo contra o São Paulo.

Depois, chegaram ao hospital ex-companheiros, como Adãozinho e Esquerdinha, que fizeram parte da "primeira geração" do São Caetano, e colegas de outras equipes, como os meias palmeirenses Pedrinho e Corrêa.

A torcida são-paulina, adversária de Serginho nesta quarta, também participou da homenagem, passando pelo hospital com um ônibus, com torcedores gritando o nome dele.

A notícia triste e definitiva, porém, chegava à imprensa às 22h57, por meio do presidente do São Caetano, Nairo Ferreira de Souza. "Aconteceu o pior, não tem o que fazer." Serginho era casado com Elaine e tinha um filho de mesmo nome que o seu, Paulo Sérgio, de 4 anos de idade.

O estado de saúde de Serginho já era considerado crítico pelo médico do São Paulo, José Sanchez, no gramado. "Tentamos reanimar o jogador de todas as maneiras possíveis. Ele não tinha pulso e tivemos que encaminhá-lo rapidamente ao hospital". O zagueiro chegou com vida ao hospital São Luiz, para o qual ele foi levado.

Segundo o goleiro Silvio Luiz, do São Caetano, o jogador tinha problemas cardíacos e estava fazendo um tratamento. "Estava sendo feito um tratamento com ele no coração, mas o risco de acontecer algo era de 1%. Foi descoberto nos exames periódicos que fazemos", explicou o camisa um do São Caetano.

Mário Sérgio, técnico do Atlético-MG e ex-treinador do time do ABC, foi ainda mais longe. De acordo com ele, exames realizados no início do ano apontaram para uma arritmia. "O São Caetano foi negligente".

COMOÇÃO
O caso provocou grande comoção entre os atletas. Enquanto o jogador recebia os primeiros atendimentos, ainda no gramado, alguns deles, como os atacantes Euller e Grafite, já rezavam, pedindo pela recuperação do zagueiro.

Folha Imagem 
Aos 30 anos de idade, Serginho vivia
seus melhores tempos no São Caetano
Assim que o jogador foi transportado, de maca, para uma ambulância do estádio, jogadores, treinadores e juízes fizeram um círculo no meio-campo para orar pelo atleta. Até a torcida são-paulina fez parte do apoio, com um coro com o nome do zagueiro.

Com os atletas de São Paulo e São Caetano abalados com o acontecimento, a partida foi encerrada pelo árbito Cleber Wellington Abade.

"Os capitães de ambas as equipes disseram que os times não tinham condições psicológicas de continuar. Vou relatar o fato na súmula e encaminhar para a CBF", explicou o árbitro.

BOLETIM
O boletim médico divulgado pelo hospital São Luiz, sobre a morte do jogador Serginho não dá detalhes específicos sobre o caso, citando apenas os momentos de tentar reanimar o jogador. Confira na íntegra o boletim:

"Informamos que o jogador teve o primeiro atendimento médico ainda no gramado do estádio do Morumbi pelas equipes médicas, sendo imediatamente transferido para o Centro Médico do estádio, onde foram iniciadas as manobras do protocolo de ressuscitação cárdiopulmonar, que tiveram continuidade durante a remoção por ambulância UTI até o hospital São Luiz.

O jogador deu entrada no hospital às 22h05 e, apesar de todos os esforços da equipe médica que o assistiu, o mesmo veio a falecer às 22h45.

Assinado: Diretoria Clínica.


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Veja vídeo da tragédia:


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