| | 05/09/2004 - 19h05
Em festa no Morumbi, Brasil bate a Bolívia e segue líder Marcius Azevedo
Em São Paulo O jogo contra a Bolívia, que já parecia fácil, ficou ainda mais quando logo a 50s Ronaldo marcou seu primeiro gol no estádio do Morumbi. O Brasil fez 3 a 1 neste domingo e retomou a liderança das eliminatórias sul-americanas, que estava momentaneamente com os argentinos.
 | | | Após gol, Ronaldo mostra tatuagem no pulso com iniciais dele e da namorada |
A seleção contava com um esquema defensivo dos visitantes, mas os gols brasileiros no começo da partida desarmaram isso. A vantagem foi conquistada no primeiro tempo _a lanterninha Bolívia até ensaiou uma reação no arrastado segundo tempo, mas a superioridade local era nítida.
Com isso, a partida foi uma festa no gramado, como acontecia nas arquibancadas e tribunas _com direito ao pianista Artur Moreira Lima e um coro de crianças executando o hino nacional. O público paulista, com fama de exigente, gritou olé e vaiou os bolivianos no primeiro tempo -na outra etapa, fez ola nos momentos de marasmo. Já nas cativas, celebridades da TV, da música e moda desfilavam para as câmeras. Até a modelo e apresentadora Daniela Cicarelli, namorada oficial de Ronaldo.
Os acenos dela foram correspondidos pelo atacante na comemoração de seu gol-relâmpago, mostrando sua tatuagem com as sinais do casal no punho. O gol saiu de um escanteio e uma cabeçada de Edu. Ronaldo, oportunista, só empurrou para o gol. "Diziam que a torcida paulista vaia, mas o gol ganhou a confiança dela", disse Ronaldo.
O baque boliviano aumentou mais com o gol de Ronaldinho Gaúcho aos 12min, de pênalti. O lance que gerou a penalidade máxima começou com uma cobrança de falta de Roberto Carlos, interceptada por Roque Júnior, que foi derrubado por Cristaldo.
Mesmo com 2 a 0, os bolivianos seguiam com o esquema de congestionar o meio-campo e deixar um atacante isolado, Botero, que corria, mas não levava perigo ao goleiro Júlio César. Os visitantes perdiam a bola e apelavam para as faltas para parar os brasileiros.
As chances do Brasil foram se sucedendo. Aos 19min, com Juninho Pernambucano. Aos 21min, com Roberto Carlos. Aos 28min e aos 35min, com Ronaldinho Gaúcho.
 | | | Ronaldinho Gaúcho festeja seu gol, o segundo sobre os bolivianos; veja álbum |
Finalmente aos 43min, surgiu o terceiro gol nacional. Num cruzamento de Ronaldinho Gaúcho, Adriano tomou grande impulsão e superou o goleiro boliviano para cabecear.
O clima de jogo fácil ficou claro no intervalo, quando o técnico Carlos Alberto Parreira disse: "Esperávamos uma retranca fenomenal, mas fomos felizes de fazer um gol a poucos segundos. Vamos aproveitar para treinar e fazer um placar bem gostoso."
Todos lembravam do 6 a 0, último resultado desse encontro. Mas no começo do segundo tempo, a Bolívia modificou esse panorama. Aos 3min, Cristaldo arriscou chute, a bola bateu em Edmílson, enganando o goleiro brasileiro. A Bolívia diminuia o abismo.
O Brasil cadenciou o jogo, as chances claras de gol rarearam. Aos 14min, Parreira promoveu duas substituições para poupar Ronaldinho Gaúcho e Juninho Pernambucano, ambos voltando de lesões. Entraram Alex e Renato. Aos 27min, foi a vez de Robinho entrar para a alegria dos torcedores entediados com a barragem de gols.
O temor de um que o Davi reagiasse à superioridade do Golias do futebol desapareceu, para tristeza dos cerca de 1.500 bolivianos que estavam entre os 65.099 pagantes no Morumbi. O Brasil só administrou o resultado na segunda etapa, mesmo com os dribles de Robinho e as tentativas frustradas de Ronaldo de marcar o segundo gol _a torcida até gritou gol, mas o juiz anulou um lance aos 44min.
Ao final, Ronaldo até brincou com a pressão que envolveu o jogo durante a semana. "O jogo foi difícil até até os 50s", disse rindo, entre uma pergunta e outra sobre seu romance com Daniela Cicarelli.
BRASIL
Júlio César; Belletti, Edmílson, Roque Júnior e Roberto Carlos; Juninho Pernambucano (Renato), Gilberto Silva, Edu (Robinho) e Ronaldinho Gaúcho (Alex); Adriano e Ronaldo
BOLÍVIA
Fernández; Oscar Sánchez, Peña e Raldes; Alvarez, Pizarro, Cristaldo, Colque (Tufino), Ribero (Arana) e Gutierrez; Botero
Local: estádio do Morumbi, em São Paulo
Árbitro: Héctor Baldassi (Argentina)
Auxiliares: Rodolfo Otero e Juan Carlos Rebollo (Argentina)
Público: 56.099 pagantes
Renda: R$ 2.365.545,00
Cartões amarelos:Alvarez, Pizarro, Belletti
Gols:Ronaldo, a 1min, Ronaldinho Gaúcho, a 12min, Adriano, aos 43min do primeiro tempo, Cristaldo, aos 3min do segundo tempo
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