De lingerie a tecido da Gaviões, produtos do Corinthians 'evaporam' no comércio popular

Luiza Oliveira

Do UOL, em São Paulo

  • Fernando Donasci/UOL

    Rua 25 de Março apresenta movimento e conta com vários produtos do Corinthians

    Rua 25 de Março apresenta movimento e conta com vários produtos do Corinthians

Depois da conquista do bicampeonato mundial no Japão, os corintianos têm um justo período de comemorações. O comércio popular de São Paulo oferece uma vasta oferta de produtos alvinegros que vão de camisolas e corselês femininos ao tecido que a Gaviões da Fiel usa para fazer seus bandeirões. Mas é bom correr porque, segundo os lojistas, os itens do Timão estão 'evaporando' das prateleiras.

PREÇO SALGADO ENCALHA LINGERIE

  • Fernando Donasci/UOL

    Camisolas, corselês e calcinhas. O presente poderia agradar muito corintianos que optassem por uma comemoração mais apimentada. Mas o alto preço das lingeries encalharam as vendas na loja Central das Calcinhas.

    A camisola, assim como o conjunto de corselet e calcinha, sai por R$ 149,99. Segundo uma das vendedoras, os clientes elogiam a beleza das peças íntimas, mas ficam desanimadas com o preço. O gerente Rodrigo Freire conta que a loja apostou nos itens por causa da vitória do Corinthians no Mundial, mas nenhum deles ainda foi vendido ainda.

A rua 25 de Março, no centro de São Paulo, é conhecida pela diversidade e quantidade de produtos vendidos a preços populares. Lá ainda é possível ver o escudo do Corinthians estampado nas vitrines, mas o crescimento das vendas fez muitos produtos esgotarem.

A secretária Giovana Lima 'bateu perna' e não encontrou o mascote e o cinzeiro que queria dar de presente para o marido Claudio. Teve que se contentar com um porta-caneta. 'Até do Flamengo tem coisa por todo lado. Mas do Corinthians está bem em falta', lamentou.

A escassez é tamanha que muito fornecedores não têm mais os itens pedidos em estoque.  A gerente da loja onde Giovana fez sua compra pediu que o estabelecimento não fosse divulgado com medo que torcedores saiam frustrados ao procurar artigos esgotados.

Com as prateleiras esvaziadas, os lojistas comemoram o crescimento das vendas. Na Loja Doural, a gerente de vendas Sandra Henrique já pediu reposição do edredon e dos principais modelos de toalhas. Ela diz que no período do Mundial de Clubes houve um aumento de 90% das vendas.

"Não é que está vendendo, está evaporando. Qualquer coisa do Corinthians chega e já some", disse.

Quem também turbinou as vendas foi a Casa Fátima. O estabelecimento comercializa bandeiras do clube e tecidos para a fabricação de bandeiras. Segundo o sub-gerente João Carlos de Oliveira é lá que a torcida organizada Gaviões da Gaviões compra o pano para fazer os famosos bandeirões.

Pouco antes de viajar ao Japão para acompanhar o time no Mundial de Clubes, integrantes da facção compraram 20 mil metros de tecido bember na cor branca para confeccionar as bandeiras. "O bember é muito usado porque é um tecido leve que não encharca quando chove e tem um bom preço", disse Oliveira, sobre o produto que é vendido a R$ 3 o metro.

O cetim nas cores preta e branca, por exemplo, é vendido ao preço de R$ 4,50 o metro e já está esgotado desde a semana que antecedeu a final do Mundial de Clubes contra o Chelsea, em Yokohama.

"As vendas aumentaram cerca de 60% com o Mundial. Muitas vezes o pedido é tão grande que precisamos encomendar. As bandeiras já bateram em 100% os outros times. Sempre pedimos duas caixas de cada clube, mas do Corinthians foram quatro caixas", afirmou, sobre o produto vendido a R$ 35.

Houve lojista que até tentou se planejar para o 'boom' de vendas com a boa fase do Timão. O Lojão dos Esportes encomendou um número extra de bandeiras e camisas, mas já prepara um novo pedido. A Armarinhos Fernando também se precaveu, mas ainda assim há itens em falta como o mascote do clube e o balde para pipoca.

"Compramos a mais porque apostamos nas vendas. No domingo a loja estava aberta e as vendas dispararam após o jogo. Subiram pelo menos em 15%. A pessoa vem comprar algo que precisa, mas acaba levando uma lembrança do Corinthians. Não sou corintiano, mas o time está ajudando muito nosso Natal", brincou o gerente Obamar Ferreira.

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