23 coisas pelas quais Marin será lembrado em sua gestão na CBF

David Gray/Reuters
José Maria Marin deixará a presidência da CBF nesta semana, passando o bastão para seu afilhado político Marco Polo del Nero. Substituto de Ricardo Teixeira, o ex-governador de São Paulo nos tempos da ditadura militar será sempre lembrado pelo vexame histórico do 7 a 1. Além da humilhação diante da Alemanha, o cartola fez pelo menos outras 22 coisas relevantes (para o bem ou para o mal) no cargo que deixará de ocupar. Neste álbum, você confere cada uma delas.
EFE/ Marcelo Sayão
Instabilidade dos técnicos - Quando Marin assumiu, no início de 2012, a seleção brasileira estava há mais de dez anos sem demitir um técnico antes da Copa do Mundo. O novo presidente, então, implantou a instabilidade na CBF. Derrubou Mano Menezes após o fracasso olímpico, trocou comandantes da base e nunca fez questão de garantir ninguém em seus cargos.
Folhapress
Caso Herzog - Um discurso de José Maria Marin, então deputado estadual pela Arena, o partida da ditadura, teria ajudado a atiçar a polícia contra o jornalista Vladimir Herzog, morto sob tortura dias depois do pronunciamento. A fala veio à tona depois que ele assumiu a CBF e fez crescer a pressão contra o cartola, inclusive por parte de Ivo Herzog, filho de Vladimir. O dirigente chegou a ser convocado a depor na Comissão da Verdade, mas recusou-se e sempre se mostrou irritado ao ser questionado sobre o assunto. Marin, vale lembrar, foi governador biônico de São Paulo substituindo Paulo Maluf, com quem divide a foto acima Mais
Rafael Ribeiro / CBF
Amistoso beneficente? - Em 2013, a morte de um garoto durante uma partida do Corinthians na Bolívia fez com que Marin decidisse agir. O presidente anunciou um amistoso entre os dois países cuja renda seria revertida para a família de Kevin Espada, morto por um sinalizador de navio atirado por brasileiros. Depois do jogo, porém, o presidente da federação boliviana disse que o jogo estava acertado antes da tragédia e negou ter prometido doar o dinheiro do jogo aos parentes do menino, que terminaram só com uma pequena parte do montante. Mais
Daniel Marenco/Folhapress
Benesses e acordos - Ao lado de Del Nero, Marin venceu toda e qualquer turbulência política que lhe surgiu adiante na CBF. Convidou dirigentes de federações a diferentes eventos, antecipou a data da eleição do seu sucessor e, principalmente, aumentou a mesada dos cartolas estaduais, que formam a base dos eleitores da entidade. Zeca Xaud, presidente da Federação Roraimense e personagem da foto, foi um dos vários beneficiados pelos R$ 15 mil mensais a mais que foram distribuídos. Mais
CBF
Arbitragem - Marin foi extremamente impaciente com os homens do apito em sua gestão. Meses depois de assumir, após uma sucessão de erros, afastou Sergio Correa e trouxe Aristeu Leonardo Tavares (foto) para o comando do setor na CBF. Quando, em 2013, Tavares disse ter recebido denúncias de manipulação de resultados, Marin agiu. Em 37 dias, trocou mais duas vezes o manda-chuva dos juízes e meses depois voltou com Sergio Correa. A polêmica não parou aí. No ano passado, um erro na interpretação de uma orientação da Fifa fez "chover" pênaltis com bolas na mão no futebol brasileiro. O cartola chiou e pediu mais qualidade, mas dessa vez não demitiu ninguém. Mais
EFE/Antonio Lacerda
Ajuda a campeões - Pedido recorrente, os campeões mundiais não ganharam a aposentadoria que pleiteiam da CBF, mas receberam um plano de saúde da patrocinadora da seleção. Em 2014, depois da Copa, Marin reuniu cerca de 30 jogadores vitoriosos com a seleção para anunciar um auxílio médico ao grupo. Mais
Reprodução/Facebook
Bom Senso - A organização de jogadores surgiu em 2013 da iniciativa de atletas como Paulo André e Alex, entre outros. Desde então Marin convive com os pedidos dos atletas, que conseguiram mudar o rumo da renegociação das dívidas dos clubes com o Governo Federal e ajudaram a aprovar uma medida provisória que promete ser o pesadelo dos cartolas. Mais
CBF/Divulgação
Bate-boca com Romário - Eleito deputado federal e posteriormente senador, o "Baixinho" transformou-se no maior crítico da CBF e seus cartolas. Chegou a pedir a prisão de Marin, com quem hoje trava uma batalha judicial. Curiosamente, no início da relação os dois tiveram contatos positivos, se desejaram sorte e pareciam destinados a serem parceiros Mais
AFP PHOTO/MARTIN BERNETTI
Copa América- Se Neymar e companhia terão de ir ao Chile neste ano, devem agradecer José Maria Marin. Em 2012, nas primeiras semanas em que estava no cargo, ele cedeu o direito de sediar o torneio ao país andino. Era tudo uma manobra para que Marco Polo del Nero pudesse ser eleito para o Comitê Executivo da Fifa no lugar deixado por Ricardo Teixeira, com o apoio do Chile. Mais
Pedro Ivo Almeida/UOL
"Minha" sede - Embora o projeto fosse da época de Ricardo Teixeira, foi José Maria Marin quem inaugurou a suntuosa nova sede da CBF, na Barra da Tijuca. O novo prédio foi batizado com o nome do cartola, no que seria uma homenagem de outros dirigentes da entidade ao atual presidente. Mais
Flavio Florido/UOL
Quero comandar - Ex-jogador, Marin assumiu o perfil boleiro na seleção por diversas vezes e nunca escondeu que queria estar próximo e informado sobre a comissão técnica. Tanto com Mano quanto com Felipão, pediu para ver a lista dos convocados antes do anúncio em diferentes ocasiões. Mais
Rodrigo Philipps/Agência RBS
Caso Lusa e crise nos registros - Foi sob a gestão de Marin, depois de quase 15 anos, que o fantasma do "tapetão" voltou ao futebol brasileiro. Em 2013, a Portuguesa caiu por atuar com Héverton de forma irregular. Parte do problema advinha da falta de uma sistema informatizado do departamento de registros da CBF, que também não quis defender a Lusa em todo o imbróglio, que chegou a ter oficial de Justiça em campo no início da Série B seguinte. Além do caso rubro-verde, outros vários problemas no chamado BID forçaram o cartola a promover uma reforma no departamento de registros da entidade. Mais
Juca Varella/Folhapress
Cofre cheio - Bastante ajudado pela Copa do Mundo disputada em casa, José Maria Marin turbinou as contas da CBF. Em 2014, segundo a Folha de S. Paulo, foram mais de R$ 300 milhões de 16 diferentes parceiros durante a Copa, todos anunciados com pompa e circunstância pelo cartola. Mais
Danilo Verpa/Folhapress
Mudanças no calendário - Um ano depois de assumir, José Maria Marin aboliu a regra dos clássicos no fim do Campeonato Brasileiro, medida que servia para impedir as suspeitas de armação contra rivais. Além disso, criou competições regionais e teve de espremer as datas em 2015 por conta da pressão de clubes e Bom Senso. Mais
AFP PHOTO / EVARISTO SA
Foto com Dilma - Marin não tem boa relação com a presidente até hoje, mas o ápice do estresse ocorreu nos dois primeiros anos da sua gestão, quando ela se recusava a recebê-lo. Mais ainda, não queria ser clicada com o dirigente. Quando o fotógrafo da CBF fez uma imagem dos dois juntos em 2013, na Copa das Confederações, o estafe da petista se incomodou. No fim, porém, ela teve de participar de solenidades ao lado do desafeto. Mais
Reinaldo Canato / UOL
Apropriação - Em 2013, uma reportagem do UOL mostrou que um terreno de José Maria Marin apropriou-se indevidamente de uma área pública. O espaço em questão estava alugado para uma concessionária e depois da publicação da reportagem as grades que caracterizavam a infração foram retiradas. O caso, no entanto, foi parar na Justiça. Mais
Danilo Verpa/Folhapress
Entrevero com Cafu - Após o vexatório 7 a 1 diante da Alemanha, Cafu aumentou a crise da seleção ao declarar que teria sido expulso do vestiário da seleção a mando de José Maria Marin. O capitão do penta alegou que só queria dar apoio aos jogadores e teria sido tratado como um estranho pelo estafe do presidente.
Reinaldo Canato/UOL
Escutas - No começo de 2013, áudios contendo falas polêmicas de José Maria Marin foram vazados na internet. Em um deles o cartola traça a estratégia para convencer os dirigentes das federações a votarem em Marco Polo del Nero, que viria a sucedê-lo. Em outro, acusa uma empresa de cometer irregularidade. O dirigente, quando questionado, irritou-se com o assunto e alegou se tratar de uma "montagem". Mais
Almeida Rocha/Folhapress
Andrés inimigo - A foto pode enganar, mas Andrés não senta mais na mesma mesa de Marin e Del Nero desde 2012. Um dos possíveis sucessores de Ricardo Teixeira, o ex-presidente do Corinthians perdeu espaço na hierarquia depois da queda do padrinho político. Quando Mano foi demitido sem seu consentimento, Andrés pediu demissão e transformou-se no maior opositor da dupla, a ponto de ter chamado Del Nero de "câncer" para o futebol. Mais
Sérgio Lima/Folha Imagem
Salário para Teixeira - Em junho de 2012, meses depois de Marin ter assumido a CBF, a Folha de S. Paulo publicou que Ricardo Teixeira seguiria recebendo da entidade, mesmo morando nos EUA, por conta de supostos serviços de "consultoria". Sob pressão, o cartola chegou a prometer uma "devassa" nos contratos pelo antecessor, mas nunca deixou claro o que aconteceu exatamente com o espólio de Teixeira. Mais
Rafael Ribeiro/EFE
Coagido pela Fifa - Em 2012, quando Marin decidiu demitir Mano Menezes, a ideia da cúpula da CBF era escolher um substituto com calma, já que a seleção não entraria mais em campo naquele ano. A Fifa, no entanto, não aceitou. A entidade-mor do futebol mundial considerava uma "gafe" que a seleção fosse ao sorteio da chave da Copa das Confederações sem um treinador definido. Foi por isso que, às pressas, Marin e Del Nero optaram por chamar Scolari e Parreira. Mais
Danilo Verpa/Folhapress
Nova casa - Desde que Marin assumiu a CBF, Goiânia passou a ser um lugar familiar para a seleção brasileiro. Bem relacionado com Marconi Perillo (foto), governador do Estado, o cartola levou Neymar e companhia para fazer um amistoso contra a Argentina, a preparação para a Copa das Confederações e um amistoso contra o Panamá às vésperas da Copa do Mundo de 2014. Em 2013, Perillo chegou a investir milhões de verba pública na reforma de um CT que mal foi usado pela seleção. Mais