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  19/09/2006 - 08h25
Musa global, Lauren Jackson é só uma "grande atleta" na Austrália

Giancarlo Giampietro
Em São Paulo

"Lauren, você quer casar comigo?", perguntava o cartaz de um torcedor brasileiro, direcionado para a pivô Lauren Jackson. A australiana sorriu, abraçou o fã, mas avisou que ele era muito pequeno. "Estou atrás de um brasileiro de 1,98m", brincou a jogadora de 1,95m e 25 anos.

Folha Imagem
Lauren Jackson chama a atenção por onde passa, mas, na Austrália, é "só jogadora"
Por todo lugar que passa, Jackson vira chamariz e deixa homens impressionados. Bem, por quase todos locais. Quando está em seu país natal, é vista "apenas" como a grande jogadora que é.

"Sou mais reconhecida ao redor do mundo pelas sessões de foto que faço. Enquanto na Austrália sou mais um ícone do basquete, uma pessoa ligada ao esporte", disse a australiana, que posou nua em 2004, em edição especial da revista artística Black+White pré-Olimpíadas de Atenas-2004.

As fotos causaram repercussão mundial, especialmente em Seattle, onde atua pela franquia Storm, da WNBA. A australiana chegou a ser criticada pelas fotos, acusada de tentar envolver o apelo do basquete feminino com sexualidade.

Mas, para Jackson, não era caso para nenhuma polêmica. "Foi algo normal, não imaginei que pudesse ter essa reação", disse a jogadora, que recusou convites da mesma revista em 2000 e 2002.

Na Austrália, a revista fez sucesso, mas não se tornou o assunto dominante em torno da atleta. Ajuda também o fato de que o basquete não é a modalidade mais popular no país. "Temos tipos diferentes de futebol, o rúgbi, críquete, astros no tênis e na natação. Depois disso tudo, vem o basquete", afirmou o jornalista James Dampney, único do país a cobrir em São Paulo a seleção no Mundial.

Reprodução
Capa de revista, Lauren Jackson desfruta de reputação de musa apenas fora de seu país
Desde que chegou à WNBA em 2001, Jackson vem dividindo sua temporada entre Estados Unidos e Austrália, da qual não consegue ficar muito tempo longe. Depois do Mundial, no entanto, seu tempo de casa será reduzido. Ela acaba de assinar um contrato valoroso com um clube da liga sul-coreana, onde atuou a pivô brasileira Alessandra.

Alessandra, aliás, que é amiga pessoal da australiana. As duas se conheceram no Mundial de 1998, na Alemanha, e atuaram juntas no Seattle em 2001. "Fizemos amizade em quadra, no confronto direto. Perguntei para ela como podia jogar tanto quando era tão jovem", contou a brasileira.

Segundo a pivô, Jackson não sofre nenhum trauma com o assédio fora da Austrália. "Ela lida com isso de maneira muito natural, não tem nada. Você não pode viver em uma redoma."

Outra brasileira que teve contato direto com a jogadora foi a ala Iziane, que atuou pelo Storm nas últimas duas temporadas. "Ela é nossa franchise player, muitas ações comerciais da equipe rodam ao seu redor", disse. Jackson também é patrocinada pela Nike e pela Toyota.

Lauren foi campeã da WNBA em 2004. Em 2003, com 22 anos, foi a jogadora mais jovem a ser eleita a melhor do campeonato. No total, ela tem números de 18,6 pontos e 7,8 rebotes na carreira. Alta e forte, estrangeira dominante no basquete norte-americano, mas com habilidade para atuar também no perímetro, Jackson pode ser comparada ao alemão Dirk Nowitzki, do Dallas Mavericks. "Realmente há semelhanças. Ouço bastante essa relação e fico muito feliz com isso. Ele é um jogador fantástico."

Por estar tão envolvida com o esporte, acabei ficando um bom tempo sem nenhum namoro ou coisa do tipo. É difícil achar alguém
Lauren Jackson

Para a seleção australiana, a atleta foi convocada pela primeira vez aos 16 anos, algo até então inédito. Desde então, a equipe conquistou duas medalhas de bronze nos Mundiais que disputou e duas medalhas de prata olímpicas, em Sydney-2000 e Atenas-2004.

Lauren não reclama da atenção recebida fora das quadras, mas afirmou que gostaria de ser mais reconhecida por estes feitos, pelo basquete. No fim, porém, é o sucesso esportivo que acaba lhe afastando de certas circunstâncias.

"Acho que, por estar sempre no centro das atenções, é bem normal (ser considerada musa). Não há nada muito infernal", disse. "De todo modo, por estar tão envolvida com o esporte, acabei ficando um bom tempo sem nenhum namoro ou coisa do tipo. É difícil achar alguém."

Se a exigência for métrica, fica mais difícil ainda.

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