Edna Oliveira dos Santos é dona de uma empresa com capital social de R$ 180 mil e que teria recebido mais de R$ 1 milhão de uma intermediária no patrocínio master do Corinthians.
O UOL conheceu Edna na manhã de quinta-feira no Jardim Caraminguava, em Peruíbe, no litoral de São Paulo, após procurá-la pelas ruas do bairro.
Ela tem 23 anos, cria um bebê recém-nascido e outras duas crianças, de quatro e seis anos, e alguns cachorros vira-latas. Tudo isso em condição de pobreza.
Segundo os amigos, tem chorado sem parar desde que seu nome apareceu no noticiário. Tem medo de ser presa ou morta.
Ela é uma peça na polêmica que envolve Corinthians, a patrocinadora Vai de Bet e uma empresa que aparece no contrato como a ligação entre os dois.
A coluna de Juca Kfouri, no UOL, publicou que a empresa que fez a intermediação do contrato, chamada Rede Social Media Design, recebeu R$ 1,4 milhão do clube.
Depois, repassou R$ 1,042 milhão a uma terceira empresa, chamada Neoway Soluções Integradas em Serviços (não confundir com a Neoway, empresa catarinense de big data).
Edna aparece como proprietária da Neoway Soluções nos documentos oficiais. Ela diz estar surpresa com seu envolvimento no caso.
Ela é corintiana, assim como os vizinhos, mas diz que jamais encontrou ninguém relacionado ao clube. Também nega ter assinado qualquer papel para abrir uma empresa em seu nome.
Edna disse à reportagem que recebeu a visita de uma mulher desconhecida na noite do dia 30 de abril. Nesse dia, ela conta, soube que a empresa Neoway Soluções, com capital social de R$ 180 mil, está em seu nome.
Gravada sem autorização, Edna respondeu que não assinou nada. E que se tivesse recebido R$ 1 milhão, não viveria em bairro humilde de Peruíbe.
De acordo com Edna (e os vizinhos confirmam), ela foi até a Delegacia de Mulher na ocasião, mas foi desencorajada pelo delegado de plantão, que teria ironizado.
O pagamento de comissão de R$ 25,2 milhões à empresa Rede Social Media Design é o objeto da desconfiança.
Abner Dourado/Abner Dourado/AGIF
O valor foi combinado pela intermediação dos R$ 370 milhões do patrocínio master da Vai de Bet no Corinthians.
Em nota oficial, o Corinthians disse que a negociação foi legal e que não se responsabiliza sobre eventuais repasses a terceiros.
VINICIUS NUNES/AGÊNCIA F8/ESTADÃO CONTEÚDO