Sem drogas ou álcool

Casagrande: "Encontrei o meio termo do prazer real." Veja mais

Por UOL, em São Paulo

Casagrande está lançando, em parceria com o jornalista Gilvan Ribeiro, seu novo livro: "Travessia - As recaídas, os amigos, os amores e as ideias que fizeram parte da trajetória da minha vida", pela Globo Livros.
Lucas Seixas

História de luta

Nesta nova obra, o ex-jogador e comentarista fala sobre a luta que trava contra cocaína, álcool, maconha, heroína e muitos outros demônios. Casão usou drogas por 37 de seus 57 anos e teve quatro overdoses.

Eu estava com um aspecto deplorável, pesando setenta quilos, furado dos pés à cabeça, com furúnculos pelo corpo todo. (...) Tive uma overdose de droga injetável - cocaína e heroína - na frente do meu filho

Casagrande,
no livro Travessia
Bruno Santos/Folhapress

Surtos psicóticos

"'Comecei a ter visões de demônios na minha casa. Via uma sombra no banheiro. Aí, eu ia pra sala, tinha cara de demônio no sofá. Eles começavam a aparecer às seis horas da tarde em ponto. Eu sentia algo me pegando, me arranhando as costas'. Foi nesse estado de confusão mental que Casagrande capotou seu carro, em 2007. Ele apagou no volante depois de ter ficado cerca de dez dias sem dormir, sem comer, sob efeito de cocaína, misturada com calmantes e remédios para pressão."
Bruno Santos/Folhapress

Superação

Foram quase dez anos de batalha, de 2007 a 2015, quando Casagrande se impôs o desafio de nunca mais consumir droga, incluindo o álcool: "Por muito tempo eu usei droga pra ficar eufórico e louco, e hoje, a caretice que eu tenho em não usar droga é a melhor loucura pra curtir. É bem mais legal agora". Aumente o som para ouvir.
ESPORTE(ponto final)

A virada

O início da recuperação envolveu o namoro com Baby do Brasil. E o relacionamento começou com uma sessão religiosa: "'Eu dei um abraço nele e o ungi com óleo. Ungi a laringe, a faringe, o nariz, todo lugar que tinha sido violentado com a cocaína", contou Baby, no livro.
Ricardo Borges/UOL
Depois de ser ungido por Baby, Casagrande revelou: "Enquanto você estava orando, o inimigo falou 'Não ouça, porque ela é uma bruxa'. Meus olhos ficaram turvos e seu rosto começou a virar quase o de um monstro. Mas eu lutei e consegui!"

O uso de drogas foi um período grande, difícil, trágico até. Lutei muito pela minha recuperação e hoje vivo uma sobriedade plena. Tenho prazeres, como teatro, cinema, música, conversar com amigos, shows, tomar café na livraria.

Walter Casagrande Júnior
Bruno Santos/Folhapress

Próximos planos

"Eu vivo o hoje, o presente, mas tenho vários projetos pro futuro", diz o ex-jogador. Uma das ideias de Casagrande, depois que passar a pandemia, é se dedicar à produção de shows. Ele é amigo de vários artistas do rock.
Reprodução/TV Globo

Prazer real

"Encontrei o meio termo do prazer real. Curto e estou feliz sem drogas e sem álcool, sem euforia. Não sinto nenhuma falta". Aumente o volume para ouvir.
ESPORTE(ponto final)

Na íntegra

Casagrande conta em novo livro como se livrou da vício em cocaína e heroína: filhos, terapia, Jesus e Baby.
ESPORTE(ponto final)
Publicado em 28 de junho de 2020.

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