Tião Viana é reeleito e mantém o PT à frente do governo no Acre
Do UOL, em São Paulo
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Divulgação
Tião Viana (esq.) participa de campanha para o segundo turno em Rio Branco
Tião Viana (PT), 53, foi reeleito no segundo turno para o governo do Acre neste domingo (26). O resultado nas urnas mantém o PT à frente do Estado por mais quatro anos. Caso Viana conclua seu novo mandato, que vai até 2019, o partido completará 20 anos no poder. Os outros governadores petistas no período foram o irmão de Tião, Jorge Viana (1999-2007), e Binho Marques (2007-2011).
O rival do governador neste segundo turno foi Márcio Bittar (PSDB), que no primeiro turno surpreendeu e superou os votos do candidato do DEM, Tião Bocalom, com quem teve uma disputa acirrada nas pesquisas de opinião. Após a derrota, Bocalom confirmou seu apoio a Bittar.
Com 100% das urnas apuradas, Tião Viana obteve 51,3% dos votos válidos contra 48,7% de Bittar.
O petista Tião Viana contou não apenas com os eleitores de Dilma Rousseff (PT), para quem declarou apoio nas eleições presidenciais, mas de boa parte do eleitorado de Marina Silva (PSB), sua amiga pessoal. Tião manteve a liderança nas pesquisas durante toda a campanha.
Carreira política
Com formação em medicina, Sebastião Afonso Viana Macedo Neves - nome completo do governador - é filho de Wildy Viana e sobrinho de Joaquim Macedo, ambos políticos importantes do Acre que ocuparam cargos no Executivo e no Legislativo.
Tião foi eleito senador duas vezes, para as legislaturas de 1999-2005 e 2006-2011. Renunciou ao Senado em 2010 para disputar o governo do Estado pela primeira vez. Naquele ano, ele se elegeu no primeiro turno em uma disputa apertada contra Tião Bocalom, com uma diferença de apenas 1,33 pontos percentuais.
No início deste ano, envolveu-se em uma polêmica com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), por conta do envio de imigrantes haitianos que chegaram ao Acre para o Sudeste. "O primeiro andar de São Paulo não gosta do povo", disse o petista em entrevista ao programa "Roda Viva", da TV Cultura.
Os governos petistas no Acre promoveram melhoras em indicadores sociais como a expectativa de vida e a queda da mortalidade infantil, segundo reportagem da "Folha de S.Paulo". No entanto, o Estado ainda apresenta problemas como altas taxas de analfabetismo, o crescimento da taxa de homicídios -- que subiu 40% nos últimos dez anos -- e a elevação da dívida pública que comprometeu 68,5% da receita em 2013.
Em relação à educação, a equipe de campanha de Tião Viana comemorou o aumento das notas do Estado no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) entre 2005 e 2013 -- a nota subiu de 3,3 para 5,2, numa escala que vai de zero a dez.
O "Esperançômetro" do UOL, ferramenta de avaliação contínua dos Estados, aponta a segurança pública como o setor que os internautas mais desejam melhorias no Acre, seguida do atendimento de saúde e da qualidade do ensino.
No programa de governo, Tião Viana se propõe a reorganizar as unidades operacionais da Polícia Militar.
Na enquete "Avalie seu Estado", os internautas do Acre apontaram a corrupção e a falta de indústrias como maiores problemas.