Rollemberg vence e PSB governará Distrito Federal pela primeira vez
Do UOL, em Brasília
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Ozímpio de Sousa/Divulgação
Senador Rodrigo Rollemberg (PSB) vence as eleições para o governo do Distrito Federal
O senador Rodrigo Rollemberg (PSB), 55, venceu o segundo turno das eleições e será o governador do Distrito Federal a partir do próximo ano. Apesar de ter começado a disputa em terceiro lugar, após a saída de José Roberto Arruda (PR) do pleito, o socialista assumiu a dianteira nas pesquisas de intenção de voto e confirmou o favoritismo no pleito deste domingo (26).
O pessebista disputou o segundo turno com Jofran Frejat (PR), candidato que substituiu Arruda quando o ex-governador teve a candidatura barrada pela Justiça Eleitoral.
Com 100% das urnas apuradas, Rollemberg recebeu 55,6% dos votos válidos, contra 44,4% de Frejat.
Esta será a primeira vez que o PSB assume o governo da unidade federativa. Desde 1989, o Distrito Federal já foi governado por PTR, PT, PMDB, PSDB, PFL, DEM e PR.
No campanha do segundo turno, Rollemberg recebeu apoio do PV e do PRB, que estavam na coligação da candidatura à reeleição do governador Agnelo Queiroz (PT), além do PSDB e do PPS, que militavam pelo tucano Luiz Pitiman no primeiro turno.
A coligação de Rollemberg só conseguiu eleger 4 dos 24 deputados distritais da Câmara Legislativa do DF. Com a base aliada reduzida, o governador eleito deve enfrentar dificuldades para aprovar projetos na Casa.
Campanha eleitoral
A campanha do segundo turno foi marcada pelos ataques de Frejat a Rollemberg. Para o candidato do PR, Rollemberg é "inexperiente" e não tem competência para administrar o DF.
O pessebista, em contrapartida, criticava a escolha de aliados de Frejat. Em debates entre os candidatos, Rollemberg citou políticos presos por corrupção que teriam elo com o rival, como o ex-senador Luiz Estevão e o ex-deputado Valdemar Costa Neto (PR). Também o criticou por ser aliado da família Roriz e de Arruda, que tiveram envolvimento em escândalos como o mensalão do DEM.
No primeiro turno, Rollemberg grudou em Marina Silva, candidata derrotada à Presidência pelo PSB -- o senador queria aproveitar a popularidade que a presidenciável tinha na capital federal. Brasília foi um dos locais de melhor desempenho da candidata em 2010 e em 2014.
Propostas do candidato eleito
Em seu plano de governo, Rollemberg defende a reestruturação da gestão de saúde pública e a promoção de políticas educacionais de prevenção de doenças, além da expansão do programa Saúde da Família.
Para resolver os problemas de segurança no DF, o pessebista propõe a implantação de um novo plano de carreira para os profissionais da área. O político pretende implantar um modelo com aumento salarial, perspectiva de desenvolvimento profissional e avaliação para cada corporação. Segundo Rollemberg, é necessário adequar e balancear o efetivo das Polícias Militar, Civil, Corpo de Bombeiros, Defesa Civil e Detran.
O governador eleito também diz que planeja desenvolver corredores viários com opções de transportes intermodal e implantar o bilhete único para melhorar a mobilidade urbana.
O senador Rodrigo Rollemberg nasceu no Rio de Janeiro, mas sua família é sergipana. Ele se mudou para Brasília com apenas um ano de idade. É filho do ex-deputado Armando Leite Rollemberg. Formado em história, começou a vida política no movimento estudantil da faculdade. Filiou-se ao PSB em 1985.
Foi funcionário do Senado Federal, antes de assumir uma cadeira na Casa. Também foi deputado distrital e federal pelo DF e secretário de Turismo do governo de Cristovam Buarque (atualmente no PDT) entre 1995 e 1998. Rollemberg declarou à Justiça Eleitoral um patrimônio de pouco mais de R$ 760 mil, com terrenos, cabeças de gado e até bonecos de campanha.
O vice de Rollemberg é o secretário-geral do PSD no DF, Renato Santana. Ele já foi administrador de Ceilândia (DF) no governo de Rogério Rosso, em 2010.
O pessebista era aliado do governador Agnelo Queiroz na campanha de 2010 -- quando foi eleito senador -- e chegou a apoiar a administração petista por dois anos, mas rompeu a aliança para lançar candidatura própria ao governo do Distrito Federal.
Distrito Federal em números
O Distrito Federal tem mais de 2,5 milhões de habitantes, segundo os dados do Censo 2010. A unidade federativa tem um PIB (Produto Interno Bruto) de quase R$ 150 bilhões, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O índice de mortalidade infantil do DF é 16,3 por mil nascidos vivos (a média do Brasil é de 14,4 por mil). A taxa de analfabetismo é de 4% (a média do Brasil é 8,7%) no DF.
A taxa de 38,9 homicídios por 100 mil coloca o DF na nona posição entre os Estados brasileiros mais violentos, de acordo com o Mapa da Violência do Cebela (Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americanos).
Expectativa do eleitorado
Na enquete "Esperançômetro" do UOL, a maior parte dos internautas do Distrito Federal afirmou querer que a segurança pública melhore. A saúde aparece com a segunda maior votação.
O UOL também perguntou aos internautas qual é o maior problema do Distrito Federal. Na enquete "Avalie seu Estado", a maior parte respondeu que é a corrupção. Segurança pública aparece na sequência. Saúde é o terceiro problema mais apontado pelos internautas.