Em debate, Crivella e Pezão focam em "padrinhos" Cabral e Edir Macedo

Paula Bianchi

Do UOL, no Rio

  • Gustavo Serebrenick/Brazil Photo Press

    Os candidatos participaram de debate na rádio CBN na manhã desta terça-feira (14)

    Os candidatos participaram de debate na rádio CBN na manhã desta terça-feira (14)

A menos de 15 dias do segundo turno das eleições para governador do Rio de Janeiro, o senador Marcelo Crivella (PRB), e o atual governador e candidato à reeleição, Luiz Fernando Pezão (PMDB), tem falado pouco em projetos para o Estado e centrado seus ataques em seus "padrinhos". Durante o debate entre os candidatos realizado pela rádio "CBN" na manhã desta terça-feira (14), enquanto o peemedebista fez questão de lembrar o parentesco entre Crivella e o bispo e fundador da igreja Universal, Edir Macedo, o senador reiterou a relação entre Pezão e o ex-governador Sérgio Cabral.

Atualmente afastado da vida pública, Cabral governou o Rio por sete anos e três meses e deixou o cargo em abril, a fim de abrir espaço para a eleição de Pezão, até então seu vice-governador. Já Crivella, bispo licenciado da Universal, é sobrinho de Macedo, que é dono ainda da Rede Record de televisão.

No debate, Pezão acusou Crivella de ser "testa de ferro" de Macedo, que rebateu dizendo que o governador estava sendo influenciado por Cabral a tentar "ganhar a eleição com injúrias". O governador questionou ainda a quantidade de projetos apresentados pelo candidato enquanto senador e aliança com o ex-governador e candidato a eleição derrotado no primeiro turno, Anthony Garotinho.

Crivella lembrou alguns escândalos que aconteceram a gestão de Cabral como o episódio do guardanapo na cabeça, quando o governador e seus assessores foram fotografados com guardanapos na cabeça durante um jantar em Paris, e chamou para si o voto daqueles que foram às ruas ano passado gritando "fora Cabral". "A única coisa que Pezão tem a me acusar é a igreja a que pertenço. Vocês sabem que todos temos liberdade religiosa. Quero falar a vocês que foram as ruas para bradar fora Cabral, cansados da gangue do guardanapo, dos maiores escândalos. Queria pedir o seu volto. O voto da revolta."

Pezão, por sua vez, afirmou se orgulhar de ter participado do governo Cabral e disse que o senador falava em propostas para o Estado, mas não as realizou enquanto senador. "O que você entregou até hoje neste 12 anos como senador?", questionou. "Não sou comentarista de obras prontas dos outros. Sou de sentar e de fazer."

Ao longo da última semana, Pezão obteve o apoio de nove dos dez prefeitos do PT no Estado e de cinco dos seis deputados eleitos pela sigla. No entanto, seu rival, Marcelo Crivella (PRB), foi quem se aliou ao candidato petista derrotado no primeiro turno, Lindberg Farias, e ao presidente do PT-RJ e prefeito de Maricá, Washington Quaquá.

Dilma, que no primeiro turno no Rio optou por ter quatro palanques e apareceu na campanha ao lado de Garotinho, Pezão, Lindberg e Crivella, ainda não se pronunciou sobre quem apoiará no segundo turno. A divisão do PT no Estado, no entanto, foi estimulada pela Direção Nacional do partido, para evitar problemas no palanque da presidente.

Crivella também anunciou, logo no início da semana, o apoio de Anthony Garotinho (PR), candidato que ficou em terceiro lugar na disputa do primeiro turno. Garotinho aparecia como favorito nas pesquisas de intenção de voto para concorrer ao segundo turno com o peemedebista. No domingo (12), foi a vez de Romário (PSB) declarar apoio a Pezão. O ex-jogador foi eleito com 4,6 milhões de votos e é o primeiro apoio de peso divulgado pela campanha de Pezão.

Com 100% das urnas apuradas, Pezão obteve 40,57% dos votos válidos, Crivella, 20,26% e Garotinho, 19,73%. A diferença entre Crivella e Garotinho foi de menos de 50 mil votos.

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