Análise: Vitória em 1º turno em SP mostra que "nada gruda em Alckmin"
Do UOL, em São Paulo
A vitória do governador Geraldo Alckmin (PSDB) no primeiro turno das eleições para o governo paulista mostra que o tucano saiu "blindado" de eventos como a crise hídrica que afeta vários municípios em São Paulo e os protestos iniciados no Estado em junho de 2013, na opinião dos blogueiros de política Josias de Souza e Mário Magalhães, e do filósofo Roberto Romano, convidados do UOL para analisar os resultados do primeiro turno das eleições, neste domingo (5).
"Padilha enfrentou um movimento que também prejudicou a Dilma, que é um 'antipetismo' muito arraigado em São Paulo", diz Josias de Souza, para quem o PSDB já deveria ter apresentado uma 'fadiga' entre os paulistas, uma vez que o partido está há duas décadas no governo.
Pelo contrário, chama a atenção dos comentaristas de política a vitória do governador já no primeiro turno, embora seu partido, o PSDB, esteja no comando estadual há seis mandatos consecutivos.
"Nada parece grudar no Alckmin", avalia Josias, lembrando, por exemplo, das recentes denúncias de corrupção envolvendo o metrô da capital paulista. "Ele flana sobre essas denúncias."
Para o filósofo Romano, o estilo 'picolé de chuchu' acaba sendo vantajoso ao tucano.
"Ele é uma pessoa que não suscita nem muito entusiasmo nem muito ódio. (...) Isso é importante porque permite que a figura dele não se desgaste tão fortemente quanto a de um outro líder."
O 'poste' nem sempre funciona
O governador Alckmin se reelegeu com 57,3% dos votos. Paulo Skaf (PMDB), em segundo lugar na disputa eleitoral, teve 21,5% dos votos, restando ao petista Alexandre Padilha a terceira colocação, com 18,2% dos votos.
"Nas duas últimas apostas pessoais do ex-presidente Lula no Estado de São Paulo, uma deu certo, o prefeito Haddad, e a outra deu errado, o ex-ministro Padilha. A ideia de que o 'poste' sempre funciona ou sempre falha, não procede", analisa o blogueiro Mário Magalhães.
A referência de Magalhães tem a ver com a afirmação de Fernando Haddad, assim que eleito prefeito de São Paulo em 2012, de que seria o "segundo poste de Lula", retrucando críticas ao apelido dado a ele durante a campanha municipal porque estaria, assim como Dilma, sendo carregado pelo prestígio do ex-presidente petista.
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