Tasso (PSDB) é eleito no CE e volta ao Senado 4 anos após 'aposentadoria'
Carlos Madeiro
Do UOL, em Maceió
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Fernando Vivas/Folhapress
Ex-governador do Ceará Tasso Jereissati foi eleito para o Senado pelo PSDB
Quatro anos após anunciar que deixaria a vida pública, Tasso Jereissati (PSDB), 65, foi mais uma vez eleito, neste domingo (5), senador pelo Ceará.
Com 100% das urnas apuradas, o tucano obteve 57,91% dos votos válidos, contra 39,37% do segundo colocado, Mauro Filho (PROS), candidato apoiado pela família Gomes, que governa o Estado. Na disputa pelo governo cearense, o deputado estadual Camilo Santana (PT), que recebeu 47,81% dos votos válidos, enfrenta no segundo turno Eunício Oliveira (PMDB), que ficou com 46,41%.
Um dos políticos mais influentes do PSDB, Tasso se destacou como um dos opositores mais ferrenhos nos dois governos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), entre 2003 e 2010.
Foi em 2010 que Tasso sofreu uma derrota histórica, após 24 anos, que fez com que ele deixasse de tentar um cargo político.
Então senador, foi vencido na disputa por um novo mandato no Congresso por José Pimentel (PT) e Eunício Oliveira (PMDB), que neste ano integra sua chapa no Estado. A derrota de Tasso fez Lula ir ao Ceará, logo após a eleição, e agradecer ao povo por não reelegê-lo.
Frustrado, Tasso em seguida anunciou que iria se dedicar à família e largar a política. "Vou cuidar dos meus netos. Levar uma vida tranquila", disse, à época. Desde 2013, porém, começou a dar sinais que voltaria a concorrer.
Riqueza
Em 2014, Tasso foi o candidato ao Senado que registrou maior fortuna entre todos os candidatos ao cargo do país, com patrimônio total declarado ao TSE de R$ 389 milhões.
Antes de ser senador, foi por três vezes governador do Ceará, tendo sido eleito em 1986, em 1994 e em 1998.
No governo do Estado, foi responsável por obras importantes, como o açude Castanhão, as inaugurações do aeroporto Internacional Pinto Martins, em 1999, e do Porto do Pecém, em 2002. Ainda fez a Nova Jaguaribara, primeira cidade planejada do Ceará.
Foi também o responsável por lançar os irmãos Ciro e Cid Gomes na política. Depois, rompeu com a dupla e fez oposição durante o mandato de Cid Gomes (PROS). "Não concordo com o tipo de política que a família Ferreira Gomes está fazendo no Ceará. Não é nem sombra daqueles jovens idealistas que eu levei para a prefeitura", chegou a dizer.
Ao ser confirmado como candidato fortaleceu os ataques contra o atual governo: "Quando fui governador pela primeira vez, em 1986, fui responsável pela ruptura com o modelo dos coronéis, que eram três e se alternavam no poder. Hoje vivemos um retrocesso a esse modelo, com o agravante que é apenas uma família [Gomes] que governa como se fosse uma oligarquia e amedronta quem pensa contrário a eles".
Segundo a enquete do "Esperançômetro", com internautas do UOL, mais da metade dos eleitores apontam que o que mais esperam que melhore no Estado é a segurança pública. Na enquete "Avalie seu Estado", os cearenses também apontaram a segurança pública como os principais problemas.
Com 8,7 milhões de habitantes, o Estado tem o terceiro maior índice de homicídios do Brasil, com taxa de 44,6 mortes por 100 mil habitantes, segundo dados do Mapa da Violência 2014, do Instituto Sangari. A média nacional é de 29 mortes a cada 100 mil habitantes.
O trabalhador cearense é o que tem menor renda mensal, com R$ 1.019, ou 40% a menos do que a média nacional.
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