Sartori (PMDB) passa Ana Amélia (PP) e vai para o 2º turno com Tarso (PT)
Do UOL, em São Paulo
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Arte UOL
José Ivo Sartori (à esq.) vai ao segundo turno com o petista Tarso Genro (à dir.)
Em terceiro lugar desde o começo da campanha, o candidato do PMDB ao governo do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori, 66, surpreendeu, passou a senadora Ana Amélia Lemos (PP), 69, e vai para o segundo turno com o atual governador e candidato à reeleição, Tarso Genro (PT), 67, após terminar em primeiro lugar. A ascensão de Sartori, ex-prefeito de Caxias do Sul (RS), causa uma reviravolta na eleição, até então polarizada entre Ana Amélia e Tarso.
Com 100% das urnas apuradas, Sartori obteve 40,4% dos votos válidos contra 32,6% de Genro e 21,8% de Ana Amélia. Na disputa pelo Senado, Lasier Martins (PDT) venceu com 37,4%.
Após a divulgação dos resultados, Sartori utilizou sua entrevista coletiva de imprensa para falar em mudanças. "O povo do Rio Grande do Sul é generoso e compreensível com quem tem uma determinada linha e postura. Quando um governo quer, ele faz as reformas e supera o federalismo distorcido que nós temos no país hoje. A população que foi às ruas no ano passado mostrou que queria mudanças. Nós vamos mostrar que é possível mudar".
Já Tarso disse que Sartori foi "inteligente" ao evitar confrontos na primeira fase da eleição. "A nossa votação foi a prevista, correspondeu às pesquisas que estavam rolando na mídia. Houve uma votação surpreendente do candidato do PMDB", afirmou.
Sartori foi beneficiado pelo amplo tempo no horário eleitoral gratuito e pela rivalidade entre Ana Amélia e Tarso. Parte da coligação O Novo Caminho para o Rio Grande, que reúne PMDB, PSD, PPS, PSB, PHS, PT do B, PSL e PSDC, ele contou com cinco minutos e dois segundos, contra os cinco minutos e nove segundos do petista e os três minutos e 48 segundos da senadora. Enquanto os dois trocavam farpas, o candidato aproveitou para apresentar suas propostas, focando em seu bom desempenho como prefeito de Caxias, segunda maior cidade do Estado.
A senadora, ex-comentarista da RBS, afiliada à rede Globo, começou com cerca de 40% das intenções de voto e se manteve à frente durante boa parte da campanha. Pouco antes da eleição, no entanto, Tarso reagiu, empatando com Ana Amélia. Ao mesmo tempo, Sartori, que iniciou com 7% das intenções de voto, segundo o Datafolha, ultrapassou a casa dos 20% na última semana antes do pleito.
Sartori se manteve sempre ligado à política da serra gaúcha ao contrário de Tarso, pai da candidata à Presidência Luciana Genro (PSOL), atuou como ministro da Educação, das Relações Institucionais e da Justiça durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva após dois mandatos como prefeito de Porto Alegre. Professor de filosofia e ex-seminarista, Sartori foi, além de prefeito de Caxias, deputado estadual e deputado federal.
Eleições 2014 no Rio Grande do Sul
A campanha foi marcada por ataques entre Tarso e Ana Amélia. A duas semanas da eleição, a notícia de que a senadora atuou como assessora do marido em cargo de comissão, quando ele era senador, mudou o tom da eleição. Uma das principais propostas da candidata, que prega um "exercício de economia", é o corte dos cargos comissionados e a redução do número de secretarias a fim de conter os gastos.
Em meio às denúncias, o peemedebista evitou atacar a senadora e aproveitou para se apresentar como alternativa de oposição ao atual governo.
Quarto Estado em termos de PIB (R$ 263,6 milhões), atrás apenas de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, o Rio Grande do Sul sofre com a estagnação econômica e tem tido dificuldade em manter o seu status na economia nacional. Entre os seus principais problemas estão os fatores climáticos, a dependência do campo e a crise nas contas públicas.
O Rio Grande do Sul tem mais de 10 milhões de habitantes, taxa de analfabetismo de 4,24% (5º lugar entre os Estados brasileiros), 19,3 homicídios por cem mil (5º melhor índice). O IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do Estado é 0,746, numa escala que vai de 0 a 1 - quanto maior o valor, melhor o índice.
Na opinião dos internautas do UOL, a segurança pública é um dos principais aspectos que precisam ser melhorados no Estado, seguida pelo atendimento de saúde e qualidade do ensino. As impressões foram colhidas por meio de uma ferramenta de avaliação contínua dos Estados, o Esperançômetro.
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