Beto Richa (PSDB) derrota Requião (PMDB) e se reelege governador do PR

Do UOL, em São Paulo

  • Geraldo Bubniak/AGB/Estadão Conteúdp

    Beto Richa derrota PMDB e PT e se reelege governador do Paraná

    Beto Richa derrota PMDB e PT e se reelege governador do Paraná

O governador do Paraná Beto Richa (PSDB), 49, se reelegeu neste domingo (5), derrotando o senador e ex-governador do Estado Roberto Requião (PMDB) e a senadora e ex-ministra da Casa Civil Gleisi Hoffmann (PT).

O candidato do PSDB venceu a disputa com 55,67% dos votos válidos no primeiro turno, contra 27,56% do peemedebista e 14,87% da petista. Na disputa pela vaga do Estado paranaense no Senado, o vencedor foi o também tucano Álvaro Dias, reeleito para mais um mandato de oito anos.

Fonte: TSE

Problemas de caixa do governo do Paraná foram usados na campanha por Requião e Gleisi para atacar Richa.

Gleisi era uma das principais apostas do PT no país e recebeu apoio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidente Dilma Rousseff, mas amargou um terceiro lugar.

Requião passou os meses que antecederam o primeiro turno chamando Richa de "piá de prédio" (expressão típica de Curitiba para designar playboys).

Também criticou o desempenho da administração. Durante um de seus programas no horário eleitoral, o peemedebista chegou a oferecer uma barra de ouro a quem mostrasse uma obra concluída pelo governador.

Gleisi também deu um apelido a Richa: "governador Kinder Ovo", o governador surpresa. A crítica foi feita devido ao fato de o governador se declarar surpreso com as críticas a sua administração. Além disso, a ex-ministra do governo Dilma usou um vídeo em seu programa na TV que mostrava o senador Alvaro Dias criticando o governador. Ambos são do mesmo partido.

Pensão vitalícia e cavalos

A disputa entre Requião e Richa vem de longe. Representantes de duas das quatro famílias que têm se alternado no poder no Paraná, os dois passaram a se desentender mais assiduamente quando a Procuradoria Geral do Estado suspendeu uma aposentadoria vitalícia a que todos os ex-governadores tinham direito.

O peemedebista contestou a decisão na Justiça e, em plena campanha eleitoral, Richa teve de desembolsar R$ 453 mil para Requião por ordem judicial pelo tempo em que ficou sem receber o dinheiro.

Em outra polêmica durante a campanha, um inquérito policial militar concluiu que Requião utilizou recursos físicos e humanos da PM do Paraná para cuidar de cavalos de sua propriedade quando comandou o Estado (2003-2010).

Um documento sigiloso, ao qual o jornal "Folha de S.Paulo" teve acesso, diz que medicação e alimentação dos animais particulares foram custeadas com verbas do governo, e o manejo e o trato dos animais foram realizados por policiais militares.

Na época, a assessoria de imprensa de Requião enviou nota ao jornal dizendo que o senador já havia se pronunciado publicamente e classificou o episódio como "denúncias infundadas e fantasiosas de cunho eleitoreiro".

A campanha de Richa também foi acusada de distribuir panfletos com afirmações falsas sobre a candidata Gleisi.

Em agosto, a Justiça Eleitoral determinou que fosse cumprido um mandado de busca e apreensão no comitê do candidato de um material que, segundo o advogado da coligação da petista, afirmava que Gleisi, caso eleita, não iria instalar novas Unidades Paraná Seguro (UPS) na capital paranaense.

Biografia

Descendente de imigrantes libaneses, Richa é filho de José Richa (morto em 2003), ex-governador do Paraná (1983-1986). É casado e tem três filhos. Formado em Engenharia Civil pela PUC-PR, sua primeira disputa eleitoral foi em 1992, quando se candidatou a vereador por Curitiba. Em 1994, foi eleito deputado estadual com 22 mil votos. Quatro anos mais tarde foi reeleito.

Também foi vice-prefeito de Curitiba na gestão de Cassio Taniguchi e, em 2002, candidatou-se ao governo do Estado do Paraná pelo PSDB, chegando ao terceiro lugar. Em 2004, elegeu-se prefeito de Curitiba. Em 2010, renunciou ao segundo mandato de prefeito para concorrer e ser eleito governador.

Primeiro mandato

Nos três anos e meio de sua gestão, o governador Richa cumpriu integralmente 47% dos compromissos que havia assumido na campanha de 2010, quando foi eleito.

Os dados se baseiam em um levantamento feito pelo jornal local "Gazeta do Povo" com base nas promessas elencadas no seu plano de governo e em compromissos assumidos pelo candidato em entrevistas e eventos públicos.

De acordo com o levantamento feito pelo jornal paranaense, foram 137 metas apresentadas em 2010, das quais 64 foram totalmente cumpridas, 40 parcialmente cumpridas e 33 não cumpridas.

Sobre a segurança pública, principal crítica dos paranaenses à gestão do tucano, o levantamento aponta que foi o pior desempenho do governo, em que 12 dos 25 compromissos foram descumpridos em sua totalidade.

Perfil do Estado

Richa vai novamente governar o sexto maior Estado do Brasil em população. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) deste ano, o Paraná tem 11 milhões de habitantes, distribuídos por 399 municípios. O índice de analfabetismo no Estado é de 3,75% (dados de 2012). A média nacional é de 8,3%, segundo dados recentemente divulgados pelo IBGE.

As principais atividades econômicas do Paraná são a agricultura (cana-de-açúcar, milho, soja, trigo, café, tomate, mandioca), a indústria (agroindústria, indústria automobilística, papel e celulose) e o extrativismo vegetal (madeira e erva-mate).

O PIB do Paraná é o quinto maior do Brasil, atrás de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. É o maior Estado produtor de milho do Brasil e de soja e o segundo de cana-de-açúcar. Também abriga o segundo maior porto do Brasil, em Paranaguá.

Segundo o "Esperançômetro", do UOL, as maiores preocupações dos internautas do Paraná são segurança pública e saúde.

Beto Richa
  • Partido: PSDB
  • Nascimento: 29 de julho de 1965, em Londrina (PR)
  • Ocupação: Engenheiro
  • Vice: Cida Borghetti (Pros)
  • Coligação: Todos pelo Paraná (PSDB / PROS / DEM / PSB / PSD / PTB / PP / PPS / PSC / PR / SD / PSL / PSDC / PMN / PHS / PEN / PT do B)

Raio-X das Eleições

Arte/UOL

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