Após três eleições, brancos e nulos crescem e chegam a 10% no país
Do UOL, em São Paulo
Após três eleições seguidas de declínio, os votos brancos e nulos voltaram a crescer nas eleições presidenciais deste ano. Neste pleito, optaram por nenhum candidato 10% dos eleitores - sendo 4% os votos em branco e 6% os votos nulos -, percentual maior do que o da eleição de 2010, quando 7% votaram em branco ou anularam o voto.
Em 1994, quando FHC foi eleito já em primeiro turno, 19% dos eleitores não escolheram nenhum dos candidatos, um recorde desde a volta das eleições diretas para presidente. Esse percentual manteve-se praticamente inalterado em 1998 e desde então vinha apresentando queda a cada eleição.
Em 1989, na primeira disputa presidencial pós-redemocratização, apenas 6,4% dos eleitores votaram nulo ou em branco. Naquela ocasião, um número recorde de 21 candidatos disputou o Planalto, aumentando as opções de escolha.
Até o começo da campanha eleitoral deste ano, pesquisas indicavam que a desilusão com a política mostrada nos protestos do ano passado iria se refletir nas urnas. Em abril, pesquisa Datafolha indicou que 20% dos eleitores declaravam que não iriam escolher nenhum candidato, mas esse percentual se mostrou bem menor após a apuração deste domingo (5).
Abstenções
O nível de abstenções também mostrou-se praticamente estável. Neste ano, 19% dos eleitores aptos a votar não compareceram às urnas.
Em 1994 e nas três últimas eleições, o nível de abstenção variou entre 17% e 18%. Já em 2010 houve um número recorde de não comparecimento: 21%.
Em 1989, os eleitores aproveitaram para votar para presidente após 29 anos de ditadura militar e eleições indiretas e apenas 11,9% de ausência foi registrada.
Segundo o TSE, a abstenção causa prejuízos econômicos ao país. Isto porque o tribunal organiza a estrutura eleitoral com base no número de eleitores aptos a votar.
Uma medida que pode ajudar na diminuição da abstenção é o recadastramento de eleitores, que está sendo feito gradativamente no país.
Nas eleições municipais de 2012, as capitais que haviam passado por recadastramento biométrico tiveram abstenção menor do que a média. Uma das razões pelo qual o recadastramento pode diminuir as abstenções é a exclusão de eleitores mortos da base de votantes.