Votação começa; 15% dos eleitores utilizarão urnas biométricas

Do UOL, em São Paulo

Começou o primeiro turno da eleição brasileira de 2014: 142.822.046 eleitores estão aptos a votar para os cargos de presidente, governador, senador, deputado federal e deputado estadual. Em 764 cidades - 15 delas, capitais-, haverá votação em urnas biométricas. Este tipo de urna identifica o eleitor pela impressão digital e é usada para evitar que uma pessoa vote no lugar de outra.

As capitais com identificação biométrica são Aracaju, Boa Vista, Brasília, Curitiba, Goiânia, João Pessoa, Macapá, Maceió, Natal, Palmas, Porto Velho, Recife, Rio Branco, São Luís e Teresina. O número de eleitores que poderão ser identificados por biometria nos 762 municípios equipados com as novas urnas chega a 21.677.955, o que representa 15,2% dos brasileiros aptos a votar.

A quantidade também representa um avanço considerável em relação às eleições gerais de 2010, quando somente 1,1 milhão de eleitores estavam cadastrados no novo sistema – a implantação teve início em municípios pequenos. A meta do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) é cadastrar todos os eleitores do país já para as eleições de 2018.

Os Estados de Alagoas, Sergipe e Amapá e o Distrito Federal já fizeram a revisão biométrica de todo o eleitorado.

Especialistas dizem, porém, que, como qualquer máquina, a urna biométrica não está imune a fraudes. De acordo com eles, a leitura da impressão digital do eleitor pode ter problemas na hora da identificação e gerar o "falso negativo".

Como a Justiça Eleitoral não pode impedir eleitores legítimos de votar por falhas técnicas, o equipamento tem um dispositivo que permite ao mesário liberar o voto com a utilização de uma senha. A fraude seria possível porque um mesário poderia votar no lugar de eleitores ausentes.

A urna eletrônica convencional também não é considerada totalmente confiável. Segundo especialistas, elas estão sujeitas a fraudes externas, via software, e internas, por meio de mesários e funcionários do TSE. Além disso, como o voto não é impresso, torna-se impossível a recontagem sem recursos eletrônicos.

O TSE chegou a admitir que os mecanismos para evitar sabotagens na urna eletrônica "nem sempre impedem uma fraude".

Casos suspeitos de fraude
  • Danilo Verpa/ Folhapress
    Saquarema (RJ)
    Um hacker identificado apenas como Rangel afirmou que conseguiu violar a urna durante as eleições de 2012 e mudar os votos antes da transmissão para a TSE por meio de um acesso da intranet do tribunal. Ele capturava o voto, alterava os resultados e retransmitia. Segundo ele, havia um leilão na internet para que hackers efetuassem o trabalho. O caso é investigado pela Polícia Federal. Foto: Danilo Verpa/ Folhapress
  • Arte/UOL
    Caxias (MA)
    Uma urna de uma seção da periferia de Caxias (MA) apresentou problemas, segundo relatos de eleitores em 2012. Um dos indícios é que um dos candidatos que votava na seção da urna não teve nenhum voto computado, nem o dele mesmo. Outros eleitores alegaram que quando digitavam o número do candidato não aparecia a foto dele. O caso foi investigado pela Justiça Eleitoral. Foto: Arte/UOL
  • Caio Guatelli/Folha Imagem
    Alagoas
    Durante as eleições para governador de 2006 um terço das urnas eletrônicas utilizadas em Alagoas apresentou funcionamento irregular e impróprio, revelou o ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica). O caso foi investigado pela Justiça Eleitoral que após quase quatro anos arquivou o processo. Foto: Caio Guatelli/Folha Imagem
Fonte: Fórum do Voto Eletrônico

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