No último dia de TV, Dilma e Marina invertem papel; Aécio fala em virada
Do UOL, em São Paulo
O último dia de horário eleitoral antes do primeiro turno das eleições, que foi ao ar nesta quinta-feira (2), teve as candidatas Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PSB) invertendo os papéis de acusadora e acusada em relação às últimas semanas de campanha. Terceiro colocado nas pesquisas mais recentes e buscando a vaga no segundo turno, Aécio Neves (PSDB) contou com a presença do vice Aloysio Nunes (PSDB) para mostrar confiança em uma possível virada no cenário.
Depois de ver a primeira posição ameaçada por Marina, a campanha de Dilma desferiu diversos ataques. Primeiro, associou Marina ao ex-presidente Collor; depois, afirmou que a rival agiria a favor dos banqueiros e contra a população, em alusão à proposta de Marina de dar autonomia ao Banco Central. Mais recentemente, a propaganda do PT chamou a rival de "mentirosa" por ter dito que havia votado a favor da CPMF (o antigo imposto do cheque) quando foi senadora e diz que a pessebista "anda com gente da ditadura".
Nesta quinta, no entanto, Dilma preferiu focar num tom mais propositivo, adotando o lema "governo novo, ideias novas" e falando em propostas nas áreas de educação, saúde e segurança pública e no combate à corrupção. Depois, dialogou com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e ambos exaltaram os feitos das gestões petistas. Dilma também criticou os opositores por "não valorizarem o pré-sal".
Marina, por sua vez, que antes dizia que não atacava os rivais, subiu o tom e disparou contra Dilma. A propaganda utilizou imagens de um evento de campanha na última terça-feira (30), em São Paulo, onde a candidata do PSB diz que a presidente "come pela boca do marqueteiro" e se defende da acusação de ter mentido sobre sua votação na CPMF, rebatendo a crítica a Dilma.
"Quem não foi nem vereadora e virou presidente do Brasil não entende isso. Come pela boca do marqueteiro, do assessor. Não me venha chamar de mentirosa. Mentira é quem diz que não sabe que tinha roubo na Petrobras. Mentira é quem diz que não sabe o que acontece na corrupção desse país", diz Marina.
Além do ataque, a peça também adota um tom emocional quando a candidata, nesse mesmo evento, lembrou seu passado. "Eu sonhei em deixar de ser analfabeta. Aprendi respeito à diversidade na prática, não na teoria", discursa Marina, que também fala das propostas de passe livre, educação em tempo integral e 10% da receita da União para a saúde.
Aécio Neves, que abriu o último dia de horário eleitoral, iniciou a propaganda apresentando a família em São João del-Rei (MG), cidade onde batizou os filhos gêmeos no último domingo (28), e agradecendo aos eleitores. A peça também mostrou imagens do debate da Record, onde o tucano atacou Dilma pelas denúncias de corrupção envolvendo a Petrobras.
O programa de Aécio é encerrado com o vice Aloysio Nunes recordando a própria experiência nas eleições de 2010, quando aparecia em terceiro lugar nas pesquisas para o Senado em São Paulo e terminou em primeiro --ele e Marta Suplicy (PT), segunda colocada, foram eleitos. Aloysio pede os votos dos indecisos e a propaganda é encerrada colocando Aécio como "o voto útil para vencer o PT".