Acusados de compra de votos, vereadores são presos em flagrante no Paraná
Carlos Ohara
Do UOL, em Curitiba
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Divulgação/PMPR
Com os vereadores foram encontrados de autorizações para abastecimento e R$ 820
Dois vereadores de Nova Londrina, no noroeste do Paraná, foram presos no final da tarde de quarta-feira (1º), acusados de compra de votos.
Mario Sonsim (PDT) e Nelson da Costa (PSD) foram flagrados pelo Ministério Público abordando eleitores e oferecendo autorizações para abastecimento de 10, 20 e 30 litros de combustível em postos da cidade.
Em troca do benefício, os eleitores eram obrigados a fornecer dados pessoas e números de documentos e prometer o voto em candidatos apoiados pelos vereadores. A polícia tem imagens e gravações que comprovariam a captação ilícita de votos.
No momento da prisão --realizada em ação conjunto pelo MP, com apoio das polícias Civil e Militar--, foram encontrados com os vereadores dezenas de autorizações para abastecimento e R$ 820 em dinheiro, em notas de R$ 50, R$ 20 e R$ 10.
Uma agenda preenchida com nomes e números de documentos de eleitores que já haviam recebido as autorizações de abastecimento também foi apreendida.
Os dois vereadores foram levados para a delegacia da cidade e só deixaram o local na madrugada desta quinta, após prestarem depoimentos e pagarem fiança, que não teve o valor revelado.
O delegado de Nova Londrina, Alysson Tinoco, disse que os vereadores assumiram a distribuição dos vales de abastecimento e justificaram que ação ocorre em várias cidades durante o período eleitoral.
A polícia investiga se além das autorizações, os vereadores também compravam os votos utilizando o dinheiro encontrado com eles.
Eleitores que foram abordados pelos vereadores também foram ouvidos pela polícia e confirmaram que receberam as autorizações de abastecimento em troca da promessa de votar em candidatos apoiados por Sonsim e Costa.
O promotor Diego André Coqueiro Barros informou que o inquérito vai investigar se a compra de votos era realizada por determinação de candidatos. De acordo com ele, os vereadores apoiavam candidatos a vários cargos e de diferentes coligações partidárias. Os nomes dos candidatos não foram divulgados.
Se a apuração identificar que a ação dos vereadores era determinada por algum candidato, o caso será compartilhado com a procuradoria eleitoral do Ministério Público Federal.
Se comprovada que houve compra de votos e que a ação foi espontânea dos vereadores, eles podem ser denunciados pelo crime de captação ilícita de votos e, se condenados, podem perder os cargos no legislativo municipal.
Sonsim e Costa não foram localizados pela reportagem. Na Câmara Municipal de Nova Londrina, um assessor informou que eles não falariam com a imprensa. O assessor também disse que não tinha autorização para revelar quem era o responsável pela defesa dos vereadores.