Processado pelo MP (Ministério Público Estadual), em Santa Catarina, por suposto envolvimento na Máfia do Asfalto, o ex-prefeito de Blumenau João Paulo Kleinubing (PSD), 42, concorre à Câmara Federal.

Ele é acusado de fraudar licitações que resultaram em um desvio de cerca de R$ 100 milhões dos cofres da cidade, durante seus mandatos (2005-2012). A Justiça ainda não aceitou a denúncia do MP e não tem prazo para fazê-lo. O processo tramita em sigilo.

O escândalo estourou em maio de 2013, quando ele já ocupava a presidência do Badesc (Agência de Fomento de Santa Catarina), empresa controlada pelo Governo do Estado.

Na ocasião, ele negou envolvimento no esquema. O governador Raimundo Colombo (PSD) aceitou as explicações e o manteve no Badesc, mesmo enquanto ele era investigado pela Polícia Federal.

Kleinubing renunciou ao cargo somente em abril deste ano, apenas para concorrer à Câmara Federal.

A campanha dele está no vermelho, conforme declaração apresentada à Justiça Eleitoral em 2 de setembro.

Ele apresentou uma receita de R$ 131 mil e despesas maiores, de R$ 170 mil.

A empresa têxtil Cia Hering e a de energia Tractebel aparecem como principais doadoras, com R$ 40 mil cada. O patrimônio declarado do candidato é de R$ 624 mil.

Procurado durante dois dias, o candidato não quis falar com a reportagem.

Segundo o coordenador da campanha, Cássio Quadros, "ele não precisa explicar nada porque não há nada de novo, o processo está parado".

Kleinubing é filho do político Vilson Kleinubing, morto em 1998. O pai também foi prefeito de Blumenau, depois senador e governador (1991-1994).