Aécio questiona política de Marina: "é governar com 3º time de PT e PSDB?"

Do UOL, em São Paulo

O candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, retomou as críticas às principais adversárias na disputa eleitoral, Marina Silva (PSB) e a presidente Dilma Rousseff (PT). Sobre a primeira, o tucano, terceiro colocado nas últimas pesquisas Datafolha e Ibope, questionou o discurso da ex-ministra do Meio Ambiente, que fala em governar com os "homens e mulheres do bem" de todos os partidos.

"O que é a nova política? É governar com o terceiro time do PT e do PSDB?", disse Aécio em sabatina ao jornal "O Globo" nesta quarta-feira (10), logo após defender a equipe que levará ao Planalto caso seja eleito. "Temos uma seleção dos melhores em cada área", afirmou o candidato, que disse fazer distinção apenas de "boa ou má política".

Em outra resposta, Aécio se estendeu sobre o tema. "Essa ideia da Marina de governar com os melhores... quem vai governar com os ruins? Não é assim que funciona", declarou o candidato do PSDB, alegando que o governo federal precisa de apoio de alguns partidos e que a oposição também é necessária.

Reeleição

Aécio defendeu o fim da reeleição e o mandato de cinco anos para o próximo presidente do país, mas não descartou buscar um segundo mandato caso a lei eleitoral permaneça inalterada. "Não morreria de amores por um segundo mandato. Mas não faria esse tipo de promessa para não parecer gesto eleitoreiro", declarou.

Segundo ele, a reeleição foi uma "experiência" que "fez mal" ao Brasil. "Digo isso porque fui reeleito, e sei como é. É uma covardia, disputa desigual. A atual presidente desmoralizou a reeleição. Os atos de campanha à reeleição são atos de governo", criticou.

Economia

O tucano voltou a criticar a presidente por ter antecipado que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, não estará em seu ministério em um segundo mandato. Segundo Dilma, Mantega foi quem, "por motivos pessoais", pediu para não permanecer.

"Dilma, ao antecipar uma decisão como essa [saída de Mantega], antecipa a fragilidade da equipe econômica", disse. "Esse governo acabou antes da hora. Encerrou, fechou as portas."

De acordo com Aécio, que previu que 2015 será um ano "muito difícil" para a economia brasileira, sua atuação na área será marcada pela "previsibilidade".  "A nossa eleição vai sinalizar a baixa dos juros em longo prazo e o resgate dos investimentos", afirmou, ao ser perguntado como sairia de uma situação de inflação acima da meta e baixo crescimento.

O tucano afirmou ter uma meta ousada de investimento de 24 % do PIB até o fim do mandato. A taxa de investimento atual é de 16,5% do PIB, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Ao ser questionado sobre a necessidade de "tomar medidas amargas", como afirmou antes, o tucano disse que sob o atual governo essa situação já existe. "Amargas o governo fez todas as medidas. Fez desandar a economia brasileira", disse.

Se for vitorioso em outubro, Aécio disse que apresentaria uma simplificação do sistema tributário, "já na largada". "Porque você falar em diminuição da carga enquanto os gastos correntes aumentam é uma falácia", opinou o candidato. (Com Reuters)

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