Aécio cobra coerência de Marina; Dilma é cobrada por ações pós-protestos

Do UOL, em São Paulo

Os candidatos à presidência da República mais bem colocados nas pesquisas eleitorais, Dilma Rousseff (PT), Marina Silva (PSB) e Aécio Neves (PSDB) partiram para o enfrentamento direto no debate entre os presidenciáveis que aconteceu na noite desta terça-feira, na Band.

Nos blocos do programa onde cada participante pôde escolher a quem perguntar, Dilma, Marina e Aécio deliberadamente escolheram uns aos outros como alvo dos questionamentos. 

O candidato tucano direcionou sua pergunta à ex-senadora, que pela primeira vez aparece à frente de sua candidatura em uma pesquisa eleitoral.

Aécio perguntou qual seria a "nova política" pregada por Marina, e se não lhe faltava coerência, na medida em que a candidata critica os partidos "tradicionais", mas seu partido forma alianças com essas siglas em diversos Estados.

Marina respondeu que "combater a velha política é sobretudo combater as velhas alianças. Essa polaridade entre PT e PSDB já deu o que tinha que dar no Brasil". A ex-senadora disse também que mantém sua coerência, na medida em que não vai utilizar os palanques estaduais das alianças de seu partido com PSDB ou PT.

Marina lembra dos pactos pós-protestos que falharam

Ao fazer a sua pergunta, a candidata do PSB indagou a Dilma como a presidente explica o fato de ter proposto cinco grandes pactos de mudança para o país após os protestos de junho de 2013, e não ter cumprido nenhum.

A petista, então, respondeu dizendo que está, sim, implantando as mudanças prometidas. Nas áreas de educação e saúde, está atrelando os ganhos do royalties do petróleo do pré-sal aos recursos dessas pastas, além de ter implantado o programa Mais Médicos.

Além disso, disse a presidente-candidata, seu governo teria controlado a inflação e mantido a estabilidade da economia. "E tentamos implantar a reforma política, enviamos um projeto ao Congresso, mas não passou". 

Em sua réplica, Marina Silva afirmou que é necessário reconhecer a existência dos problemas. "Quando nem se reconhece que os problemas existem, não resta esperança para a população de que serão resolvidos. Este Brasil quase cinematográfico não existe na vida das pessoas". 

Dilma cobra "medidas impopulares" de Aécio e diz que PSDB quebrou país 3 vezes

Já Dilma direcionou sua primeira pergunta a Aécio, com uma pitada de ironia. "O Brasil tem hoje as menores taxas de desemprego, mesmo com a crise internacional. Quando Fernando Henrique Cardoso era presidente, o desemprego eras mais que o dobro do atual. O senhor falou que tomaria medidas impopulares. Além de acabar com a política de valorização do salário mínimo e reduzir os empregos, quais outras medidas serão tomadas?".

O tucano respondeu no mesmo tom, se dizendo lisonjeado ao perceber que a presidente "me olha e enxerga o presidente Fernando Henrique", mas que "quem olha para trás não tem nada para apresentar para o futuro".

Segundo o candidato tucano, seu governo estará preparado para fazer o país voltar a crescer e criar empregos de qualidade. "Mais de 1,2 milhões de empregos foram embora durante seu governo, a indústria foi sucateada".

Em sua réplica, a presidente afirmou que o PSDB "quebrou o país por três vezes", ao pedir empréstimo ao FMI (Fundo Monetário Internacional), aumentar os impostos e reduzir o emprego.

O debate desta terça aconteceu sobre a influência dos números da última pesquisa eleitoral publicada. Pesquisa Ibope divulgada nesta terça-feira (26) mostra a ex-senadora Marina Silva em segundo lugar na corrida presidencial, com 29% das intenções de voto. A presidente Dilma Rousseff lidera a disputa, com 34%. O senador Aécio Neves caiu do segundo para o terceiro lugar e tem 19%. A margem de erro do levantamento é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

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