Garotinho protagoniza discussões com candidatos durante debate da Band Rio
Do UOL, no Rio
O representante do PR na disputa pelo governo do Estado do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho (PR), protagonizou na noite desta terça-feira (19) embates contra Luiz Fernando Pezão (PMDB), Lindberg Farias (PT) e Tarcísio Motta (PSOL) em debate realizado pela "Band" com os principais concorrentes ao Executivo fluminense. O encontro, que durou mais de duas horas, teve pouca interlocução entre os candidatos.
Garotinho abriu o debate questionando Pezão a respeito de supostas irregularidades na condução das obras de reconstrução das cidades da região serrana que foram afetadas pelas chuvas de 2011. O candidato do PMDB negou a existência de irregularidades e disse sentir "orgulho" de sua atuação na região serrana. Ele enumerou uma série de investimentos que, em sua versão, foram feitos na região.
Na réplica, Garotinho declarou que o adversário estava mentindo e citou apurações do TCE (Tribunal de Contas do Estado), CGU (Controladoria Geral da União), entre outros órgãos: "Vou mostrar que o governador mente, e o governo responde por processo". Pezão, por sua vez, respondeu que Garotinho não poderia "falar de processo".
"Lamentável o Garotinho falar de responder processo. Você [Garotinho] é campeão processos. É lamentável", afirmou o atual governador, sem entrar em detalhes a respeito de denúncias contra Garotinho. "Tenho orgulho da minha atuação na região serrana. Fui o primeiro a chegar e fiquei 36 dias na serra."
Pezão: Garotinho falar de processo é lamentável
Posteriormente, o candidato do PR foi questionado por Tarcísio Motta sobre o tema da educação. Garotinho aproveitou a resposta para retomar a discussão sobre as obras na região serrana e declarou que Pezão estava "brincando com o sentimento" dos moradores de municípios como Nova Friburgo, Teresópolis e Petrópolis: "Queria lamentar que o governador tenha brincado com o sentimento de novecentas e tantas pessoas que perderam tudo, não se brinca com o sentimento das pessoas. Fiz uma pergunta, não teve resposta, e se brincou com o sentimento."
Em seguida, Garotinho argumentou ter terminado o seu governo --ele esteve à frente do Executivo entre 1999 e 2002-- com 80% de aprovação. "Prova disso foi que a Rosinha [sua mulher e sucessora] foi eleita no primeiro turno", disse.
O debate também esquentou quando Tarcísio afirmou que o Programa Nova Escola do Garotinho era um fracasso. O candidato do PR se defendeu. "O programa era uma avaliação conjunta da escola. Não é justo onde o professor que administra bem uma escola receba gratificação de outro que administra mal. Você deve administrar com resultado."
"Quero crer que nenhum professor, que foi professor como eu em sua rede, acredite", afirmou Tarcísio. "Tem de ter um salário que valorize. [Esse programa foi] continuado no governo da sua esposa, até mesmo o seu pupilo, Sérgio Cabral, defendeu em 2010, a tal Nova Escola não tinha concurso público, faltava professor."
Já no terceiro bloco, quando questionado sobre a questão dos royalties do petróleo, Lindberg Farias citou a cidade de Campos dos Goytacazes, onde Garotinho e a mulher fizeram carreira política, como um exemplo negativo. Na visão do petista, a prefeitura poderia investir mais recursos provenientes da exploração de petróleo na área da educação.
A declaração deixou Garotinho irritado: "Quero registrar a profunda falta de memória do candidato Lindberg. Ele insiste com a mentira".
Candidatos respondem às perguntas feitas pelos eleitores
Posteriormente, Lindberg retomou o assunto e afirmou que "Garotinho e a esposa governaram Campos por vários mandatos, e a cidade está em último lugar entre os mais de 1.600 municípios da região Sudeste". "Eu me envergonharia", completou ele.
Em sua argumentação, Garotinho disse que o município cresceu 12% no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) desde que a família Garotinho chegou ao poder. "Estava tão ruim no governo anterior que, mesmo crescendo 12%, continua ruim", afirmou.
Datafolha
Garotinho está isolado no topo das intenções de voto para o governo do Rio, segundo pesquisa Datafolha divulgada na última sexta-feira (15). A liderança decorre principalmente da queda de Crivella, que perdeu seis pontos percentuais em relação ao último levantamento.
O candidato do PR oscilou de 24% para 25%. O ex-ministro da Pesca, por sua vez, caiu de 24% para 18%. A margem de erro é de três pontos percentuais. Crivella agora está em empate técnico com Pezão, que registra 16% das intenções de voto –oscilando positivamente dois pontos. O senador Lindbergh Farias (PT) manteve 12%.
Entre as 1.317 pessoas entrevistadas na terça (12) e quarta-feira (13), 17% declararam voto em branco ou nulo. Outros 10% afirmaram não saber quem escolher. A pesquisa está registrada no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) sob o número RJ-00019/2014.