É lamentável e inadmissível, diz Dilma sobre carta do Santander

Do UOL, em São Paulo e em Brasília

A presidente da República Dilma Rousseff (PT), candidata à reeleição, disse que é "lamentável" a carta do banco Santander, que afirmou, em um texto enviado a clientes ricos, que um eventual sucesso eleitoral da presidente iria piorar a economia do Brasil. A declaração foi feita durante a sabatina realizada nesta segunda-feira (28) pelo UOL, pela "Folha de S.Paulo", pelo SBT e pela rádio Jovem Pan.

"Lamento que o que aconteceu. É inadmissível. Um país não deve aceitar uma interferência de qualquer instituição financeira de qualquer nível", defendeu a presidente.

Para a presidente, o pedido de desculpas foi "protocolar". Dilma afirmou ainda que irá tomar medidas sobre a carta, mas não descreveu o que será feito. "Sobre o Santander, eu acho inadmissível. Eu não sei o que farei, eu não vou especular", declarou. No mesmo dia em que o UOL revelou o comunicado do Santander, o banco pediu desculpas e afirmou que o aviso feriu "diretriz interna" da instituição.

Dilma disse que deve conversar com o presidente da instituição. "Eu vou conversar primeiro, eu vou ter uma medida bastante séria. Eu sou presidente da República, eu tenho de ter uma atitude mais prudente", declarou. 

A presidente também minimizou afirmações de que há mal estar entre seu governo e setores da economia.

"Eu acho que economia é expectativa. Característica de vários segmentos é especular. Sempre que especularam não se deram bem, aí a conjectura passa e eles se dão mal. Na eleição de 2002 quem especulou contra Lula se deu mal. Acho muito perigoso especular em períodos eleitorais".

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A presidente foi sabatinada no Palácio da Alvorada, em Brasília, residência oficial da Presidência.

Durante a sabatina, que durou pouco mais de uma hora, a presidente falou ainda sobre inflação e crise econômica, defendeu seu governo de denúncias de corrupção e qualificou de "massacre" os ataques de Israel na faixa de Gaza.

Os quatro veículos de comunicação já sabatinaram neste mês os candidatos Eduardo Campos (PSB) e Aécio Neves (PSDB). A sabatina dos dois opositores de Dilma foi realizada no Teatro Folha, que fica no Shopping Pátio Higienópolis, bairro nobre de São Paulo. As duas entrevistas foram acompanhadas por uma plateia, ao contrário do que ocorreu no caso da presidente.

A ordem dos entrevistados foi inversa à porcentagem de intenção de votos na última pesquisa do instituto Datafolha, divulgada no dia 17 de julho. Segundo a pesquisa, Dilma lidera a corrida com 36% das intenções de voto, seguida por Aécio, com 20%, e Campos, com 8%. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. 

a última pesquisa Ibope, divulgada no dia 22 de julho, a presidente apareceu com 38% das intenções de voto. Aécio tinha 22% e Campos, 8%. A margem de erro também é de dois pontos percentuais. 
 

 

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