Governador do Paraná diz que não haverá "retaliações ou picuinhas" com futuro prefeito de Curitiba

Janaina Garcia

Do UOL, em Curitiba

O governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), disse neste domingo (28) que não vai considerar "retaliações ou picuinhas políticas" na relação com o futuro prefeito de Curitiba.

Rompido com o atual líder nas pesquisas e favorito para vencer o pleito, Gustavo Fruet (PDT), desde que este deixou o PSDB, ano passado, Richa prometeu abrir o diálogo com quem se eleger hoje no final do dia.

Fruet deixou o PSDB em outubro do ano passado depois de obter cerca de 2,5 milhões de votos para o Senado, em todo o Estado --650 mil deles, só na capital. Mesmo assim, não conseguiu se eleger. Sem apoio de Richa para a disputa da prefeitura, migrou para o PDT.

O tucano se colocou à disposição para parcerias da Prefeitura de Curitiba com o governo do Estado e resumiu: "Espero que governe com ética, austeridade nos gastos públicos e, acima de tudo, que cumpra os compromissos de campanha. Existe uma forte expectativa sobre isso em Curitiba”, avaliou.

Derrota de aliado e migração de votos a Fruet

Em relação à derrota de seu apadrinhado, o prefeito Luciano Ducci (PSB), que não passou do terceiro lugar no primeiro turno, o governador reclamou de ataques sofridos pelo aliado, mas admitiu: “Precisamos, agora, dentro do partido, nos reunir, refletir e avaliar a resposta das urnas”, concluiu.

Indagado sobre o fato de a maior parte dos votos do aliado Ducci terem migrado para Fruet neste segundo turno, Richa disse que o “perfil do nosso eleitorado se aproxima mais ao do Gustavo”.

“Vi, nesses últimos dias, muitos amigos e companheiros dizendo que votariam nele [Fruet]. Você não conduz o eleitor para cá ou para lá, quem vota é pelas qualidades pessoais do candidato, não pelo partido ou padrinho político, ou seus apoiadores”, declarou, repetindo discurso feito o dia seguinte à derrota de Ducci, pelo qual pedira votos.

Por outro lado, o tucano minimizou a troca do comando de um grupo político de décadas na Prefeitura de Curitiba, e do qual fizera parte, em relação a uma possível tentativa de ele próprio se reeleger em 2014.

“Além de 75% dos prefeitos paranaenses serem nossos aliados, temos uma expectativa de grande em Londrina, Maringá, Cascavel e Ponta Grossa”, citou. “Mas se fizer um bom governo, à expectativa das pessoas, com certeza teremos outra oportunidade. Só naotenho uma ambição doentia, nem nunca me lancei antecipadamente a postos maiores, sempre esperei”.

Farpa a Alvaro Dias

Já sobre a crítica do senador Alvaro Dias (PSDB-PR) ao próprio partido --em entrevista ao UOL, na segunda pós-primeiro turno, Dias disse que o resultado impunha ao PSDB no Estado um "castigo merecido" --, Richa foi lacônico: "Não farei avaliação sobre essa declaração dele, não entarei nesse jogo. Só pergunto ao senador: o que ele fez para o PSDB do Paraná?", alfinetou.

Ausência do governo

Richa viaja hoje à noite em agenda oficial na China, de onde retorna no dia 9 de novembro. Amanhã, também em viagem oficial, o vice-governador Flávio Arns (PSDB) irá ao Texas. Quem assumirá interinamente o governo será o presidente do Tribunal de Justiça do Paraná, Miguel Kfouri.

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