Um comício de agradecimento na Boca Maldita, principal reduto de manifestações políticas de Curitiba, no calçadão da rua XV (área central), foi o primeiro gesto do advogado e ex-deputado federal Gustavo Fruet (PDT), na noite deste domingo (28), já como prefeito eleito da capital paranaense.

Em um discurso breve, e visivelmente emocionado, o pedetista lembrou que o local foi também palco do primeiro comício das Diretas Já no Brasil, em 1988, do qual seu pai, o ex-prefeito Maurício Fruet (1939-1998), participara. Foi ao pai, por sinal, a quem Fruet dedicou a vitória.

No pronunciamento de seis minutos, o pedetista elogiou o adversário, Ratinho Júnior (PSC), disse que "a cidade precisa dele no Congresso" e citou as conversas com a presidente Dilma Rousseff e com o prefeito Luciano Ducci (PSB) sobre o resultado da eleição e --no caso de Ducci – os trabalhos da equipe de transição a ser nomeada.

No discurso, Fruet ressaltou a parceria que pretende buscar com o governo federal – "Curitiba vai precisar muito do governo federal nesse novo desafio", pontuou --, disse que enfatizará as ações "pela inclusão social" e "o compromisso, em especial, com a segurança" e agradeceu lideranças políticas como a ex-senadora Marina Silva, que foi a Curitiba em campanha por ele, e o senador Cristóvam Buarque, de seu partido.

Sobre a conversa do pós-campanha com o governador Beto Richa (PSDB), seu desafeto político, o futuro prefeito pediu "compreensão" de aguardar pela volta do tucano, que viajou hoje para uma agenda oficial de 12 dias à China.

"O governador já foi prefeito e sabe a importância da relação civilizada que queremos para garantir o futuro da cidade", avisou.

Mais cedo, ao votar, Richa disse que manteria uma relação sem "picuinhas políticas ou retaliações" em relação ao prefeito eleito, mas afirmou ser "grande a expectativa dos curitibanos" em relação ao cumprimento das promessas feitas na campanha.