Após negar fim das Organizações Sociais, Haddad diz que a proposta é aumentar fiscalização das parcerias
Julianna Granjeia
Do UOL, em São Paulo
O candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, voltou a afirmar nesta sexta-feira (19) que não irá acabar com as OSs (Organizações Sociais) da área da saúde. Ele também disse que a intenção de retomar a "direção pública" da gestão do sistema municipal de saúde é de fiscalizar as parcerias.
Haddad afirmou que vai seguir determinação do TCM (Tribunal de Contas do Município) e aumentar o controle sobre as organizações. O tribunal constatou irregularidades em contratos com as OSs, como metas não cumpridas. Ele disse que atualmente a prefeitura não acompanha corretamente as parcerias com empresas que administram hospitais, mas ressaltou que não pretende suspender o uso de entidades privadas no sistema.
Questionado sobre o trecho de seu plano de governo que diz que ele vai retomar a "direção pública" da gestão do sistema e que isso será feito "sem prejuízo dos condicionantes contratuais e após providências administrativas", ele afirmou que quer dizer que vai fazer a regulação e a fiscalização do sistema de parcerias.
"Independentemente de ter parceria, o sistema é único. Não podemos abdicar de administrar o sistema como um todo. Então, os contratos precisam ser fiscalizados, precisa haver transparência, precisa haver controle do gasto, é preciso criar cláusulas de quando as metas não forem atingidas, qual é o procedimento do não cumprimento de metas. Isso é regulação do sistema. A regulação deve ser pública, pela Constituição. Agora, parceria tem que ser feita", afirmou o petista.
Em visita ao sindicato dos caminhoneiros autônomos do Estado de São Paulo, o petista defendeu que sejam feitos concursos dentro das empresas como critério para contratações.
"Há decisão recente da Justiça dizendo que temos de observar as regras de seleção", disse, referindo-se a uma decisão sobre a Secretaria Estadual da Saúde, mas que acredita que ela deve ser ampliada em breve.
Haddad explica estratégia de debate e proposta para OSs
"A qualquer momento, a decisão vai acabar valendo para todo mundo. Vamos cumprir a lei para as próximas contratações. Se a Justiça entende que as contratações devem seguir um protocolo, a partir do momento em que esssa decisão valer, vamos seguir o protocolo", disse. "A notícia não é eu querer seguir a lei. A notícia é meu adversário não querer seguir", afirmou.
O petista comentou ainda a proposta que fez durante debate na quinta-feira (18). Ele propôs acordo com Serra para manter ataques pessoais fora da reta final da campanha. Após o debate, coordenadores de sua campanha disseram que a estratégia da proposta era colar em Serra os ataques e baixarias durante a campanha. Hoje, Haddad disse que a proposta foi feita por eleitores e familiares.
“Hoje estou aberto a fazer essa proposta prosperar. Consultei João Santana e minha coordenação de campanha sobre como nos comportar na reta final de campanha. Todo mundo concordou. Não vejo problema nenhum nisso”, afirmou.
Pela manhã, Haddad visitou o Sindicato Nacional dos Aposentados. À tarde, da conversa com os caminhoneiros, o petista fez campanha na garagem da Cooperativa de Trabalho dos Condutores Autônomos.
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