A convenção nesta segunda-feira (25) que definiu o nome do deputado federal Rodrigo Maia (DEM-RJ) como pré-candidato à Prefeitura do Rio de Janeiro, e da deputada estadual Clarissa Garotinho (PR), como vice na chapa do democrata, foi marcada por críticas à gestão Eduardo Paes (PMDB), atual prefeito e candidato à reeleição.

O ato selou a aliança entre o DEM e o PR e rompeu com uma inimizade histórica entre as duas famílias.

"[Eduardo] Paes tem sido o prefeito das empreiteiras, mas o Rio não foi descoberto por ele ou por 'Cavendishes'. O Rio é muito maior que isso e precisa ser bom para as pessoas no seu dia a dia e não apenas para um grupo de empresários", disse Maia ao se referir ao empresário Fernando Cavendish, da Delta Construções, empresa ligada ao bicheiro Carlinhos Cachoeira, alvo de uma CPI no Congresso Nacional.

Maia disse ainda que Paes não tem opinião e esconde sua história. "Todos sabemos que o Paes foi um dos maiores críticos do [ex-presidente] Lula. Ele só mudou de opinião para conseguir chegar à prefeitura", disse Maia.

Clarissa Garotinho defendeu a aliança entre os partidos e minimizou o fato de os pais dela, Anthony Garotinho, e o de Maia, o ex-prefeito Cesar Maia, terem sido adversários históricos.

Clarrisa disse que coligação foi "ideológica" e "programática".

"Nossa aliança é para cuidar das pessoas no Rio de Janeiro. A diferença entre os nossos pais foi superada por esse entendimento. Eu e o Rodrigo também temos diferenças, mas construímos um diáologo por um projeto que melhore a saúde, o transporte e a educação da cidade. Além disso, nenhuma pessoa é a extensão da outra", disse.

A convenção do DEM e do PR aconteceu em uma casa de shows em Campo Grande (zona oeste do Rio) e reuniu lideranças dos dois partidos e militantes.

Rodrigo Maia diz que o lugar  foi escolhido para demonstrar que sua coligação está preocupada em construir uma cidade equilibrada em que as diversas áreas sejam contempladas pelo interesse do poder público.

'Cachorrinho de madame'

Presentes no encontro Cesar Maia, que concorrerá a vereador, e o ex-governador e deputado federal Anthony Garotinho fizeram também críticas a gestão de Paes.

Maia acusou o prefeito de tratar os pobres com desprezo, menosprezar os servidores públicos e fazer uma péssima gestão dos transportes públicos.

O ex-prefeito pediu ainda os militantes que usassem as redes sociais como forma de fazer política e disse esperar um derrota “fragorosa” de Paes nesta eleição.

Já Garotinho disse que a campanha seria difícil e ironizou a convenção de Paes, a quem se referiu como "cachorrinho de madame".

“Será uma luta dura, mas gostosa, o que é bom não vem fácil. Mas enquanto a convenção deles é a convenção do contra cheque - já que só foram claques do Estado e da prefeitura - a nossa reúne pessoas do povo que estão aqui espontaneamente”.

Garotinho disse ainda que a campanha de Paes se vale de um imenso aporte de recursos em publicidade, além de ter a seu lado “uma mídia comprada” que tenta vender a cidade do Rio como a terra da fantasia, esquecendo os problemas diários enfrentados pela população no que concerne principalmente ao transporte, segundo ele controlado por uma máfia de empresários ligados ao prefeito.

Ele criticou também o fim de programas sociais iniciados em sua gestão e a presença do poder público nas favelas apenas na forma de polícia.

“Isso mostra que para essa gestão pobre continua sendo tratado como bandido e não como gente."

Comentando sobre a relação com os demais candidatos, Rodrigo Maia disse que a oposição deve disputar contra o governo.

“Essa é uma eleição primeiro contra a gestão que está aí, que coloca interesses privados na frente da saúde pública, que não tem um projeto de metrô que contemple a cidade como um todo, que não tem eficiência e controle dos gastos."

Além de Rodrigo Maia e Eduardo Paes, também concorrem a prefeitura Aspásia Camargo (PV), Marcelo Freixo (PSOL) e Otávio Leite (PSDB).

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