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6 passos para desconstruir o capacitismo 

Por Juliana Domingos de Lima

Crédito: Ponomariova_Maria/iStockphoto

Capacitismo é o preconceito e a discriminação direcionado a pessoas com qualquer tipo de deficiência.

De acordo com o Estatuto da Pessoa com Deficiência, lei brasileira sancionada em 2015, a discriminação abrange “toda forma de distinção, restrição ou exclusão” de pessoas com deficiência, seja por ação ou omissão, e é uma violação dos seus direitos. 

O capacitismo se manifesta de várias maneiras na sociedade e, de tão naturalizado, ainda passa despercebido. Está presente na crença de que PCDs são menos capazes, nas formas de tratamento e nas próprias barreiras de acesso — físicas ou não — para que exerçam de maneira independente atividades como estudar, trabalhar, se relacionar e ter lazer

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Com base no e-book “Guia Anticapacitista” do influenciador da inclusão Ivan Baron e em outros materiais, Ecoa lista a seguir algumas ações e reflexões para iniciar a desconstrução desse preconceito. 

Termos como retardado, mongol e débil mental, popularmente empregados como ofensa, são capacitistas e não devem ser usados. O mesmo vale para expressões ou frases que colocam a deficiência de maneira pejorativa ou para fazer “piada”, reforçando a ideia de que PCDs têm menos valor

Frases como "não dê uma de João sem braço!" ou "Venha buscar, você não está aleijado", por exemplo, associam deficiências físicas à preguiça e falta de vontade.

Para abolir do vocabulário

Não infantilize

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Tratar ou se referir a pessoas com deficiência sempre no diminutivo ou com tom de pena é capacitismo: transmite a ideia de que os PCDs são frágeis, sem agência ou vontade própria. 

Algumas deficiências são causadas por doenças — assim como outras decorrem de acidentes ou episódios violentos. Mas isso não quer dizer que pessoas com deficiência são doentes e precisam ser curadas.
 
Com a Convenção Internacional sobre os Direitos de Pessoas com Deficiência, adotada pelas Nações Unidas em 2006, o entendimento sobre a deficiência passou a ser mais social do que médico: o fator limitador tem mais a ver com o meio em que a pessoa está inserida do que com a deficiência em si.

Deficiência não é doença

“Não aguentamos mais esse estereótipo que nos desumaniza, além de romantizar todas as barreiras que a sociedade nos impõe”, disse Ivan Baron a Ecoa

“Exemplos de superação”

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A narrativa de que toda pessoa com deficiência é uma super heroína, guerreira e exemplo de superação também incomoda PCDs e atrapalha a luta por inclusão e direitos. Além de subestimar sua capacidade, ela transforma a falta estrutural de acessibilidade e oportunidades para pessoas com deficiência em um obstáculo individual a ser superado.

Primeiro, é preciso reconhecer seus privilégios enquanto uma pessoa sem deficiência nessa sociedade tão excludente. Depois, procurar ouvir o que as pessoas com algum tipo de deficiência realmente precisam — é sobre dar visibilidade. E, por fim, sempre questionar ao ver uma situação de exclusão, em que alguém tenha seu direito violado. Nunca silenciar, porque ficar calado contribui para a exclusão

Influenciador da inclusão
Ivan Baron

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Há muitos influenciadores com deficiência falando sobre inclusão (e muitos outros temas) hoje nas redes. Veja alguns para seguir: 

Aprenda com ativistas e influenciadores PCD

Edição: Fred Di Giacomo

Reportagem: Juliana Domingos de Lima

Publicado em 07 de julho de 2021

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