Causadores

Conheça as pessoas que inspiram para a mudança e concorrem ao Prêmio Ecoa

O conteúdo de Ecoa, do UOL, destaca o trabalho de pessoas, empresas, organizações, coletivos, movimentos, redes e projetos que agem para transformar o mundo e a sociedade positivamente.

Para potencializar vozes, impulsionar e dar visibilidade às iniciativas, o Prêmio Ecoa surge homenageando transformadoras e transformadores sociais que estão criando soluções para superar desafios e resolver problemas no campo social, econômico e ambiental, promovendo equidade de raça, de classe e de gênero na sociedade.
Keiny Andrade/UOL
A lista de indicados é montada a partir de histórias contadas em reportagens publicadas em Ecoa e é dividida em cinco categorias: Iniciativas que Inspiram, Empresas que Mudam, Causadores, Fizeram História e Vozes que Ecoam -- as duas últimas decididas por voto popular.
Pablo Saborido/UOL

Causadores

Nessa categoria, são indicadas pessoas que possuem trajetórias inspiradoras e ações que impactam positivamente a vida de outras.
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Carmen Silva

Carmen da Silva Ferreira é mãe, atriz e professora de Urbanismo no Insper (Insper Instituto de Ensino e Pesquisa). Saiu da Bahia, morou nas ruas de São Paulo e há 24 anos faz parte de um movimento por moradia, lutando para que todos tenham casa.

Ela é líder do MSTC (Movimento Sem-Teto do Centro), organizado e mobilizado pelo direito a moradia digna para famílias na região central da cidade de São Paulo (SP). O movimento coordena cinco ocupações, sendo a 9 de Julho a maior delas, com 123 famílias.
Fernando Moraes/UOL
São 290 mil imóveis vazios na capital paulista, de acordo com o Censo de 2010 do IBGE. Desde 2014 até 2019, a prefeitura de São Paulo notificou 1.425 imóveis ociosos que não cumprem a função social, ou seja, são construções abandonadas, subtilizadas ou terrenos sem edificações. Ao mesmo tempo, segundo o Plano Municipal de Habitação, de 2016, a cidade tem 358 mil famílias sem moradia e a fila de habitação tem mais de um milhão de inscritos.

"A gente identifica o prédio pelo tempo que ele está abandonado e a dívida de IPTU, ou seja, quando os donos deixam de pagar os impostos para a cidade. Não entramos em nenhum prédio que esteja bonitinho com o dono pagando imposto, não, só nos que estão em dívida", explica Carmen sobre as ocupações.
Fernando Moraes/UOL
O movimento luta para que trabalhadores de baixa renda sejam reconhecidos como sujeitos de direitos e também tenham acesso a alimentação, segurança, educação, saúde, transporte, convivência comunitária e vida familiar.

Apesar das ocupações nos prédios ociosos serem as ações mais conhecidas, o MSTC também tem ação educativa e investe na formação cidadã completa. O objetivo é que todos tenham documentação, possam se cadastrar em programas de habitação social, se tornem responsáveis por suas vidas financeiras, estejam saudáveis em suas vidas pessoais, aptos aos desafios da vida profissional, com acesso a cultura, propiciando valores humanos indispensáveis à convivência em sociedade e em relação a si próprio.
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Lia de Lourdes

Sob a liderança de Maria de Lourdes Andrade de Souza, conhecida na Vila Nova Esperança como Lia, cerca 600 famílias do bairro de São Paulo (SP), hoje vivem em moldes sustentáveis, com energia elétrica regularizada e coleta seletiva de lixo.

Uma realidade totalmente diferente da que encontrou quando chegou para morar ali, em 2003 -- um local com fiação exposta e sem asfalto. A mobilização da moradora na comunidade gerou frutos para além da infraestrutura básica, como cisterna que recolhe água da chuva, fossa ecológica para evitar a contaminação do solo, biblioteca, horta e cozinha coletivas, pesqueiro, brinquedoteca e até um mini teatro de barro.
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A vontade de mudança surgiu quando comprou um terreno na vila e descobriu que havia um processo para remover as famílias, acusadas de degradação da área. Carmen se reuniu com um grupo de moradores e iniciou as primeiras ações transformadoras, começando com um mutirão de limpeza e retirada do lixo. Com ajuda coletiva, o bairro começou a ganhar prêmios por dar exemplo de sustentabilidade.

A transformação os ajudou a evitar um despejo com força armada e máquinas de demolição em 2011, mas até hoje lutam para manter a posse legal da terra.
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Esse trabalho também uniu os moradores e trouxe uma sabedoria que, não vou dizer que eles não tivessem, mas talvez andasse escondida, e através do construir junto, do coletivo, foi aflorada e estimulada. E aí junta todos os saberes e a gente transforma isso em algo grande

Lia de Lourdes,
Líder comunitária
Keiny Andrade/UOL

Rhenan Cauê

Quando tinha apenas 7 anos, Rhenan Cauê Barbosa viu sua fazenda pegar fogo e muitos animais sendo mortos pelo incêndio. O trauma antecedeu o seu despertar, que foi transformado em uma grande paixão pelo meio ambiente.
Pablo Saborido/UOL
O garoto passou a estudar sobre formas de proteger a natureza. Alguns anos depois, desenvolveu um projeto de revitalização e recuperação do córrego Brejinho, um afluente do rio Araguaia, que corta toda a extensão de sua cidade, Araguatins (TO) e que, no passado, tinha um importante papel no cotidiano da população local.

A ideia surgiu a partir de uma demanda escolar para participar da Conferência Nacional Infantojuvenil pelo Meio Ambiente, promovida pelo Ministério da Educação em conjunto com o Ministério do Meio Ambiente.
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Aos 12 anos, o jovem se apresentou em audiência pública na câmara dos vereadores, em igrejas, em escolas e universidades, no corpo de bombeiros e nas polícias civil e ambiental. Rhenan foi até a rádio e um carro de som que cruzou a cidade para anunciar a força-tarefa. Com o esforço, mobilizou 500 pessoas para um mutirão de limpeza, que coletou uma tonelada de lixo das margens do Brejinho.

"Nunca mais quero ficar calado, na sombra dos outros. Eu percebi que também tenho muito para falar! Agora eu sou cara de pau mesmo", diz Rhenan.
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Acompanhe a premiação

No dia 2 de dezembro, os finalistas passarão por uma última avaliação de um júri multissetorial e referência em suas áreas.

Eles serão homenageados ao vivo em evento online com programação especial.
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Ampliando vozes

Mais do que eleger vencedores, o Prêmio Ecoa quer ajudar a potencializar o trabalho de quem tem atuado cotidianamente por um mundo melhor.

Além da homenagem, os finalistas terão espaço para publicar artigos em uma coluna de opinião dentro de Ecoa, terão oportunidades de encontros, troca de conhecimento e treinamentos com parceiros como a Rede Brasil do Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU), rede Ashoka e Amani Institute e participarão de um workshop de estratégia em redes sociais, de marketing digital e uma consultoria de SEO, com dicas e instruções de como melhorar o alcance online.

Clique no link abaixo e conheça os finalistas da categoria Empresas que mudam.
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Publicado em 29 de outubro de 2021.