Quitutes do café da manhã nordestino são fartos e deliciosos. Veja como fazer

ALE STAUT

Colaboração para o UOL

O desjejum do Nordeste tem quitutes os mais diversos -de paçoca de banana da terra servida com carne de sol, cuscuz de tapioca com geleia de cacau  até abóbora cozida no leite, entre outras guloseimas feitas principalmente com mandioca, milho e carne seca.

"A ideia é usar ingredientes locais", diz o chef Sebastião Torres, do restaurante Giardino, na Ilha de Comandatuba, em Una (BA).

"Como no litoral baiano temos muito coco e cacau, a população acabou criando bolos com a primeira fruta e geleia com a outra. É um café da manhã de 'sustância' para o trabalhador, por isso tem até carne de sol", diz o chef, que ainda usa e abusa de graviola, seringuela e mangostin para fazer sucos de fruta.

Em estados como Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte, a base do café da manhã é o cuscuz feito com flocos de milho. "Mas cada uma das regiões, dentro de um único estado, traz variações. No sertão pernambucano, por exemplo, o desjejum tem macaxeira e nhame cozidos, cuscuz de mandioca com leite de coco, além de guizados e ensopados de galinha caipira e bode", diz André Palma, chef ele, que pilota um brunch nordestino, aos sábados, em São Paulo. "A ideia é valorizar a cultura regional nordestina", diz.

A cada sábado ele apresenta um menu-degustação com quatro pratos, além de um cardápio de sobremesas onde o destaque são os doces pernambucanos, como o bolo de rolo, o bolo de mandioca e o bolo Souza Leão – feito com gemas de ovos, massa de mandioca, mel e leite de coco", ensina.

O brunch sai por R$ 35 e pode ser degustado no bar e restaurante Estação Caneca, mas o chef diz que é possível criar as receitas em casa, pois elas apresentam grau de dificuldade mínimo.

O chef Rodrigo Oliveira, do restaurante paulistano Mocotó, também tem divulgado o café da manhã do Nordeste em terras paulistas. No evento Paladar, que aconteceu em São Paulo no meio do ano, ele criou um banquete com os sabores do sertão.

Recheado de guloseimas feitas com mandioca, milho e carne seca. "A mandioca ralada e prensada é um produto encontrado nas feiras do sertão. É barata, nutritiva e se presta a diversos preparos, como o pão, pão de queijo e a beijoca", diz, sobre a panquequinha feita com massa de mandioca ralada, queijo manteiga, coalho e leite, pouco conhecida fora do sertão.

Durante o evento, o chef ainda serviu carne seca. "Meu pai come isso todos os dias. Muita gente acha esquisito, mas aqui não se come presunto pela manhã?", questiona.

UOL Cursos Online

Todos os cursos