Detroit abre com montadoras sob otimismo cauteloso

Da Reuters

Em Detroit (EUA)

O tom entre montadoras norte-americanas e autoridades presentes no Salão de Detroit 2010 (Naias, na sigla em inglês) nesta segunda-feira (11) era de otimismo, embora cauteloso, na tentativa de esquecer um ano difícil, de queda nas vendas e necessidade de tomar empréstimos do governo dos Estados Unidos.

QUANTO RISO, QUANTA ALEGRIA

  • Reuters

    Alan Mulally, chefão da Ford, chega ao Salão de Detroit para apresentar o novo Focus

  • Divulgação

    Susan Doherty, vice-presidente de marketing da GM, observa lançamento da Buick

"Este é um novo dia", disse o secretário de Transportes dos Estados Unidos, Ray LaHood, em discurso na abertura do evento anual, que nesta segunda e na terça recebe a imprensa mudial. "Hoje é um novo dia. Hoje é um novo começo, na verdade", frisou LaHood. Após um ano desastroso, em que General Motors e Chrysler se viram forçadas a pedir concordata nos EUA, adotando planos de reestruturação preparados e financiados pelo governo norte-americano, muitos executivos afirmaram que 2010 será muito melhor. O presidente-executivo da Ford, Alan Mulally, descreveu as previsões de analistas de vendas de 11,5 milhões a 12,5 milhões de unidades de veículos nos EUA neste ano como "conservadoras". As vendas de automóveis nos EUA em 2009 despencaram para 10,4 milhões, 39% a menos que sua máxima de 17 milhões registrada em 2005. O país foi ultrapassado pela China como maior mercado mundial de automóveis. A pergunta que não quer calar, no entanto, é como a economia norte-americana se comportará após ter enfrentado no ano passado sua pior crise desde os anos 1930. O vice-chairman GM, Bob Lutz, afirmou que, embora a maior montadora dos EUA almeje voltar à lucratividade em 2010, isso poderá não ocorrer se a economia dos EUA enfrentar um novo revés. NA TOMADA Com projeções ainda incertas para as vendas de 2010, muitas montadoras estão usando a feira de Detroit para vender as novas tecnologias de carros elétricos, um setor que o governo norte-americano incentiva com subsídios e empréstimos de baixo custo. Alguns executivos, no entanto, advertem que ainda deve demorar para que consumidores norte-americanos se acostumem com o novo conceito de carros elétricos. "Os europeus estão prontos para a troca, mas ainda deve levar um tempo para mudar", disse o presidente-executivo da fabricante de esportivos elétricos Venturi, Gildo Pallanca Pastor. "Carros convencionais existem há mais de um século, e isso não vai mudar de uma hora para a outra".

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