Setor automotivo precisa encolher para produzir mais, aponta consultoria

Da Redação

A Indústria automotiva mundial precisa encolher para vender mais. A conclusão é da consultoria CSM Worldwide, que aponta que as principais montadoras mundiais encolheram e se reestruturaram nos últimos dois anos, mas ainda mantêm marcas e fábricas demais em suas estruturas.

De acordo com reportagem do jornal "Wall Street Journal" baseada em análise da consultoria, a indústria automotiva mundial está utilizando apenas 65% de sua capacidade produtiva. A atual capacidade de produção ficaria em 85,9 milhões de carros ao ano, 30 milhões de unidades a mais do que o projetado para ser vendido em 2009.

Para os próximos anos, as vendas mundiais devem crescer em 25 milhões de unidades, mas a CSM calcula que a capacidade produtiva do setor chegará a, no máximo, 85% do possível até 2015.

A subutilização do setor automotivo, segundo a reportagem, é fruto direto do inchaço estrutural das montadoras que, com marcas demais, perdem em competitividade e em desempenho.

Um dos exemplos citados é o da GM. A gigante americana enfrentou a concordata e se reestruturou, vendeu a marca Hummer para chineses, decidiu extinguir as marcas Saturn e Pontiac, manteve as europeias Opel e Vauxhall, mas tenta repassar a deficitária Saab, que está na mira do grupo Koenigsegg e da chinesa Beijing Automotive Industry. Após a reestruturação, a GM anunciou perdas menores e aumentou sua capacidade de investimento e de pagamento.

Outra montadora citada é a Ford, que se desfez das britânicas Jaguar e Land Rover e, no momento, tenta vender a sueca Volvo, tendo como principal interessado o grupo chinês Geely. Com as medidas, a Ford conseguiu enfrentar o período de crise global sem precisar de ajuda externa. Por outro lado, a indiana Tata Motors, representando novas montadoras com grandes ambições, foi de uma situação de lucros operacionais de US$ 147 milhões em junho de 2008 ao prejuízo de US4 67 milhões em 2009, após comprar Jaguar e Land Rover.

A CSM analisa ainda que os governos ajudam a manter a conta no vermelho ao fornecer auxílio financeiro a marcas e montadoras sem competitividade, com o objetivo de salvar empregos nos países.

Para a consultoria, o setor deveria seguir o exemplo da indústria de computadores e eletrônicos, que enfrentaram períodos de crise com consolidação de marcas, pela qual as mais fortes e lucrativas incorporaram as mais fracas.

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