Grupo belga faz nova proposta pela Opel e oferece recompra à GM

Da Redação

Novo capítulo na novela da venda da alemã Opel e da inglesa Vauxhall, braços europeus da GM. De acordo com a agência de notícias Automotive News Europe, o consórcio belga RHJ International fez nova oferta, nesta terça-feira (14), de aproximadamente 300 milhões de euros (R$ 825 milhões) pelo controle de pouco mais de 50% das companhias.

Além do montante a ser investido, a proposta da RHJ inclui um aporte de mais 3,8 bilhões de euros (mais de R$ 10 bilhões) tomados em empréstimo junto ao governo alemão e uma cláusula que permitiria à GM recomprar as duas marcas dentro de cinco anos, caso a situação esteja favorável.

A proposta foi feita em momento estratégico, uma vez que a fabricante canadense de autopeças Magna, tida como a mais bem-cotada concorrente na disputa pela Opel, vem anunciando que fechará acordo com a GM nesta quarta-feira, dia 15.

A oferta da Magna, que tem apoio do banco estatal russo de investimentos Sberbank, é de 500 milhões de euros (mais de R$ 1,3 bilhão) pelo controle de 55% das ações da Opel e investimento de mais 4,5 bilhões de euros (R$ 12,3 bilhões) através de empréstimo junto ao governo.

Há ainda a oferta feita pela chinesa Baic, que gira em torno dos 600 milhões de euros (R$ 1,65 bilhão) com mais 2,64 bilhões de euros (R$ 7,26 bilhões) em garantias federais. Além do valor financeiro, a montadora de Pequim propõe montar uma vasta rede de revendedores para os produtos da General Motors na Ásia, caso o acordo se concretize.

A Fiat anunciou publicamente, em maio, que não faria novas propostas pela Opel, mas se especula que a montadora italiana ainda tem interesse na marca.

SINDICATO E GOVERNO SÃO CONTRA
A nova oferta da RHJ, com sua cláusula de recompra, parece ter agradado aos executivos da ressurgida GM, mas já enfrenta forte oposição de representantes do sindicato de operários, que reúne cerca de 55 mil trabalhadores, e do governo alemão.

De acordo com a imprensa local, o líder do sindicato Klaus Franz postou suas opiniões em blogs e sites da internet nesta terça classificando um possível acordo entre GM e RHJ como "meramente financeiro" e afirmou que a decisão "mataria a companhia (Opel)". Klauz é favorável ao acordo com a Magna.

O governo alemão, que já emprestou 1,5 bilhão de euros (pouco mais de R$ 4 bilhões) à Opel, quer um descolamento total da marca em relação à GM americana. Ainda de acordo com a imprensa local, o secretário da Economia do Estado da Turíngia Juergen Reinholz afirmou que "a Magna seria a melhor solução (para a Opel), seguida pela Fiat".

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