GM recebe aval dos tribunais para renascer nesta sexta-feira

Da Redação, com agências internacionais


Trinta e oito dias após entrar em concordata como uma gigante combalida junto ao Tribunal de Falências de Manhattan, a montadora General Motors (GM) está pronta para renascer no mercado automotivo como General Motors Company, ou "Nova GM", após a autorização dada por um tribunal, nesta quinta-feira (9), para a venda total de seus ativos.

De acordo com a agência Automotive News, o processo de venda total de ativos da antiga empresa para a GM reestruturada foi confirmado pela porta-voz da montadora, Julie Gibson, que afirmou "ter um grupo trabalhando para finalizar (o acordo de venda) tão rápido quanto possível do ponto de vista humano". O resultado -- ou o nascimento da Nova GM -- deverá ser anunciado na sexta-feira durante entrevista coletiva já agendada pelo presidente da companhia Fritz Henderson, que deverá "atualizar a imprensa sobre as atividades da empresa".

A última barreira para o anúncio foi derrubada nesta quinta-feira pelo juiz Lewis Kaplan, da Corte Distrital de Nova York, que indeferiu o pedido de um grupo de pessoas para que o julgamento de uma ação -- na qual a GM é acusada de utilizar em seus veículos componentes feitos de amianto, prejudicial à saúde humana -- fosse realizado antes da venda de ativos à nova empresa, informa a agência EFE. Na terça-feira, uma ação com o mesmo objetivo de retardo da venda, mas movida por advogados de quatro pessoas envolvidas em um acidente fatal com um veículo da GM já havia sido indeferida.

Com a derrubada das ações, que serão julgadas a partir do próximo dia 20, independentemente e sem prejuízo para a transferências de bens, a nova companhia está pronta para se ver livre das dívidas da antiga GM, que somam US$ 82 bilhões em valores atualizados.

A NOVA GM
A nova companhia, que deve ser anunciada nesta sexta-feira, terá cerca de US$ 50 bilhões em caixa, em capital obtido através de empréstimos do governo norte-americano. De fato, a Nova GM sera praticamente uma estatal, ao menos em um primeiro instante, uma vez que 60,8% de suas ações pertencerão ao Tesouro americano, enquanto o governo do Canadá será responsável outros 11,7%. O restante será dividido entre o fundo médico dos empregados da montadora (17,5%) e acionistas privados (10%).

De toda forma, a Casa Branca anunciou que poderá rever sua decisão de apoiar o renascimento da montadora caso o acordo de venda de ativos não se concretize nesta sexta-feira.

Como parte do processo de fuga da falência, a GM reestruturada manterá apenas suas quatro marcas mais rentáveis -- Chevrolet, Buick, GMC e Cadillac. A deficitária Pontiac será extinta até 2010, enquanto as americanas Hummer e Saturn e a sueca Saab estão em processo de venda.

A Nova GM fechará ainda 1.380 concessionárias de suas marcas até outubro de 2010, chegando a um total de 4.100 lojas, que podem cair para um patamar ainda mais baixo, de 3.600 até o final do próximo ano.

Além disso, a empresa segue com o processo de venda de seu braço europeu -- a alemã Opel e sua co-irmã britânica Vauxhall --, disputado por um grupo que envolve uma fábrica de auto-peças canadenses e investidores russos (Magna e GAZ), por uma montadora chinesa (Baic) e, em menor grau, pela fabricante italiana Fiat.

GM NO BRASIL
No país, pouco deve mudar a princípio. A General Motors do Brasil, responsável pela produção de veículos da marca Chevrolet, já havia afirmado durante o anúncio da concordata que manteria o vínculo com a matriz, mas não a dependência de investimentos.

Na ocasião, o presidente e o vice-presidente da empresa para o Brasil afirmaram dispor de capital -- na casa dos US$ 2,5 bilhões -- para seguir com o plano de renovação da frota até 2012.

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