Alemanha critica suspensão de venda da Opel e pede que GM devolva US$ 2,2 bi
HISTÓRICO DA NEGOCIAÇÃO
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Após queda de 54% nas vendas em fevereiro deste ano, a representação europeia da GM se viu obrigada a buscar novos rumos para manter a viabilidade.
O grupo Fiat apresentou proposta para controlar 30% da Opel/Vauxhall, mas sem qualquer aporte financeiro, o que não foi aceito pela GM.
No mesmo período, a Magna International apresentou proposta de compra de 55% do conglomerado com dinheiro próprio (500 milhões de euros) e garantia de ajuda financeira estatal do governo alemão (até 4,5 bilhões de euros).
Correndo por fora, a belga RHJ Internacional chegou a ofertar 300 milhões de euros pelos mesmos 55% de Opel/Vauxhall, enquanto a chinesa Baic ofereceu 600 milhões de euros próprios e mais 2,64 bilhões de euros em ajuda pública, fazendo com que a Fiat desistisse.
Apesar da pressão por parte de sindicatos e de governos locais, principalmente o alemão, a indefinição prosseguiu até meados de outubro, quando a GM admitiu ter plano para manter o controle da Opel e definiu a data de 3 de novembro para anunciar dua decisão final sobre o caso.
SAIBA MAIS:
"O comportamento da General Motors é totalmente inaceitável", tanto perante os trabalhadores como frente à Alemanha, disse Brüderle, visivelmente irritado, antes de participar do conselho de ministros sob a Presidência da chanceler alemã, Angela Merkel.
O novo ministro da Economia alemão exigiu também que a General Motors apresente com urgência seus planos para a reestruturação da Opel, uma vez decidida a suspensão da venda.
Antes, o porta-voz oficial, Ulrich Wilhelm, disse que o Governo alemão havia lamentado a decisão da GM de suspender a venda da marca Opel à Magna e exigiu a devolução de 1,5 bilhão de euros (US$ 2,2 bilhões) de ajuda oferecida para apoiar a frustrada operação.
"Com essa decisão, foi interrompido um processo de investimentos que tinha sido desenvolvido ao longo de mais de seis meses por todas as partes envolvidas, também pla GM", disse Wilhelm.
Acrescentou que o conceito para a Opel desenvolvido pela Magna e pelo banco russo Sberbank, favorecido também até o final pela própria General Motors, se caracterizou por uma "lógica industrial convincente".
Wilhelm ressaltou que o Governo alemão espera agora que a General Motors reforce a capacidade de rendimento da Opel e que limite ao mínimo as consequências de sua necessária reestruturação.
Além disso, espera que a General Motors devolva dentro dos prazos contratualmente previstos as ajudas a Opel no valor de 1,5 bilhão de euros oferecidas pelo instituto financeiro estatal alemão KfW e pelos bancos de estados federados.