Fusão deixa Volkswagen perto da liderança no setor automotivo

Em Frankfurt

Na fusão com a Porsche, a Volkswagen dá um passo para se transformar na maior fabricante de automóveis do mundo e superar a japonesa Toyota, em um processo que terminará em 2011.

A Volkswagen quer fazer uma ampliação de capital de 4 bilhões de euro para financiar a fusao com a Porsche e manter a liquidez da empresa.

A afirmação foi feita hoje pelo diretor Financeiro da Volkswagen, Hans Dieter Pötsch, em entrevista concedida em Wolfsburg para apresentar os detalhes do processo de criação de um novo consórcio automobilístico no qual a Porsche será integrada como a décima marca da companhia.

O executivo-chefe da empresa, Martin Winterkorn, disse que o nome do novo consórcio integrado por Volkswagen e Porsche ainda não foi decidido.

As duas firmas decidiram nesta quinta-feira criar um consórcio automobilístico integrado sob a direção da Volkswagen.

A sede do novo consórcio ficará em Wolfsburg, onde atualmente também está a sede da Volkswagen.

Pötsch explicou que a empresa realizará uma ampliação de capital de 4 bilhões de euros (US$ 5,68 bilhões) com a emissão de novas ações preferenciais no primeiro semestre de 2010, que deverá ser aprovada pelos acionistas em uma junta extraordinária no final deste ano.

A emissão permitirá à Volkswagen manter sua liquidez e ao Estado da Baixa Saxônia permanecer com sua participação de 20% na firma.

Graças à chamada lei Volkswagen, a Baixa Saxônia conservará sua minoria de bloqueio em decisões importantes e os dois representantes no conselho de administração.

Pötsch explicou que a Volkswagen poderá economizar até 3 bilhões de euros com a aquisição da Porsche, o que gerará um saldo positivo de 700 milhões de euros anuais no lucro operacional da maior fabricante de automóveis da Europa.

Em primeiro lugar, a Volkswagen comprará uma participação de 42% na Porsche AG no valor de 3,3 bilhões de euros (US$ 4,686 bilhões).

A empresa também adquirirá das famílias Porsche e Piëch a concessionária da Porsche em Salzburgo.

Com o dinheiro gerado por esta venda, a Porsche fará uma ampliação de capital para melhorar sua situação financeira.

A Volkswagen insistiu em que o acordo foi negociado entre a empresa, a Porsche, as famílias Porsche-Piëch, e pelos representantes dos funcionários das empresas.

O presidente do comitê de empresa da Volkswagen, Bernd Osterloh, disse que os trabalhadores da companhia terão uma participação de entre 1% e 5% na nova firma conjunta com a Porsche, que seguirá sendo uma sociedade independente com sede em Zuffenhausen, sudoeste da Alemanha.

O consórcio integrado terá um volume de vendas anual de 6,4 milhões de veículos, e mais de 400 mil funcionários, segundo dados da Volkswagen.

O Emirado do Catar se tornará investidor financeiro com uma participação de 17% na Volkswagen e não poderá superar os 20% que o Estado de Baixo Saxônia detém.

A operação de aquisição avalia o conjunto da Porsche Holding SE em 12,4 bilhões de euros (US$ 17,608 bilhões).

No final de julho a Porsche destituiu seu executivo-chefe, Wendelin Wiedeking, pelo fracasso da tentativa de obter o controle da Volkswagen, operação pela qual o produtor de veículos esportivos teve que contrair fortes dívidas.

A transação também originou uma dura luta de poder com Ferdinand Piëch, proprietário da Porsche e presidente do conselho de administração da Volkswagen.

A integração da Volkswagen permitirá ao produtor de veículos esportivos reduzir uma dívida que ainda não deixou claro a quanto chega, mas que os especialistas calculam em 14 bilhões de euros.

A crise financeira e econômica e erros estratégicos ao não conseguir o apoio do Estado da Baixa Saxônia truncaram os planos de Wiedeking.

A Porsche Automobil Holding SE reúne as atividades operativas da Porsche (Porsche AG) como uma filial e a participação de quase 51% na Volkswagen.

Com isso, as famílias Porsche-Piëch, proprietárias da Porsche, continuam sendo o acionista majoritário da Volkswagen.

Com a criação de um consórcio automobilístico integrado, que produza veículos de pequeno porte, de luxo, esportivos e caminhões, o sonho de Piëch se concretiza.

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