Governo e estados alemães aumentam pressão sobre General Motors

Em Berlim

O governo e os länder (estados federados) alemães com unidades da Opel aumentaram a pressão sobre a General Motors para que aceite a oferta do fabricante austríaco-canadense Magna e rejeite a apresentada pelo investidor belga RHJ International.

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  • Tobias Schwarz/Arquivo Reuters

    Fachada de unidade da Opel é vista ao fundo do Reichstag (Parlamento), em Berlim, na Alemanha

Uma porta-voz do Ministério de Assuntos Exteriores alemão confirmou neste sábado informações da imprensa, segundo as quais o vice-chanceler e chefe da diplomacia alemã, Frank-Walter Steinmeier, telefonou ontem para o presidente da GM, Fritz Henderson.

A citada fonte não quis revelar o conteúdo da conversa, mas, segundo o jornal "Bild", Steinmeier insistiu em que seu governo só concederá os avais prometidos a um investidor que se envolva a longo prazo na Opel e que garanta emprego.

Na Alemanha, teme-se que a GM possa vender a Opel a um investidor que desmantele postos de trabalho em massa e depois revenda a empresa automobilística à casa matriz americana.

Roland Koch, primeiro-ministro de Hesse, estado onde fica a central da Opel, afirma, em declarações que serão publicadas pelo semanário econômico "Wirtschaftswoche", que a Alemanha deixou muito claro que "não há consenso de financiamento para uma entrada da RHJ".

Dieter Althaus, o primeiro-ministro da Turíngia, outro estado federado com unidade da Opel, apelou à chanceler alemã, Angela Merkel, a se envolver pessoalmente no assunto frente à Casa Branca.

"Parto da base de que a chanceler fará valer frente ao presidente (americano) Barack Obama sua influência a favor dos trabalhadores da Opel", diz Althaus, em entrevista que será publicada amanhã pelo dominical "Bild am Sonntag".

O aumento de tom dos políticos ocorre às vésperas da constituição, na segunda-feira, do novo conselho de vigilância da General Motors, companhia que foi praticamente nacionalizada após sua moratória no final de junho.

Pouco antes de apresentar a insolvência, a GM se desfez de suas atividades europeias, que ficaram nas mãos de uma entidade fiduciária, enquanto não houver um comprador.

A Alemanha ofereceu avais no valor de 4,5 bilhões de euros e um crédito imediato de até 1,5 bilhão de euros para manter a Opel com vida até que haja uma aquisição definitiva.

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