Apesar de perda bilionária, Ford diz ter crise sob controle

Em Washington

A Ford se mostrou convencida de que finalmente a crise está controlada e que a transformação da empresa está dando os resultados esperados, apesar dos US$ 1,427 bilhão perdidos no primeiro trimestre do ano.

O otimismo da companhia está sendo partilhado pelos investidores. Poucas horas depois da abertura do pregão em Nova York, as ações da Ford já estavam a US$ 5,18, o que representava um aumento de 15,37% em relação à abertura. Os títulos da Ford não chegavam a tal nível desde 30 de setembro de 2008.

Apesar do prejuízo bilionário, a Ford foi capaz de controlar a perda de suas reservas de dinheiro, um dos indicadores que atraem mais a atenção de investidores e analistas. A empresa utilizou US$ 3,7 bilhões de suas reservas, menos que o esperado e muito longe dos US$ 7,2 bilhões usados nos últimos 90 dias de 2008.

Isso permitiu que a empresa finalizasse o primeiro trimestre de 2009 com US$ 21,3 bilhões em reservas.

FORD OTIMISTA
A empresa indicou ainda que não espera que nos três próximos trimestres vá consumir quantia superior de dinheiro e que as despesas seguirão diminuindo à medida que o ano progrida.

Assim afirmou o diretor financeiro da Ford, Lewis Booth, em coletiva de imprensa após a publicação dos resultados. Segundo ele, a empresa está muito segura de que superará os problemas.

Os executivos da Ford disseram estar convencidos de que este ano conseguirão cortar suas despesas em US$ 4 bilhões.

A Ford foi ainda mais otimista sobre seu futuro e assegurou que "não espera solicitar empréstimo ao Governo dos Estados Unidos".

Durante a mesma coletiva de imprensa, o presidente e executivo-chefe da Ford, Alan Mulally, disse que os resultados representam um bom início de ano e que lhe permitem pensar que a companhia melhorará as expectativas.

Tudo isso apesar de a receita do primeiro trimestre ter caído 37% em comparação com a do mesmo período de 2008, para US$ 24,8 bilhões.

Segundo Mulally, apesar das más condições do mercado "a Ford fez um forte progresso em seu plano de transformação ao ganhar fração de mercado com sólidos novos produtos, desacelerar fluxos de saída de caixa, reduzir a dívida e diminuir os custos estruturais".

Em comunicado, o diretor -- protagonista da recuperação da Boeing na década de 1990 -- também se referiu ao acordo alcançado com o sindicato United Auto Workers (UAW), que permitirá que a companhia reduza seus custos trabalhistas em US$ 500 milhões ao ano.

"Estou estimulado com o progresso que a Ford está tendo, que nos permitirá operar através da diminuição e emergir como uma montadora mais concentrada e integrada, globalmente preparada para crescer de forma rentável quando a economia se recuperar", assegurou Mulally.

AMÉRICA DO SUL VAI BEM
Por regiões, a Ford América do Norte registrou perdas de US$ 637 milhões, frente aos US$ 45 milhões de prejuízo de 2008. Já a Ford Europa piorou seus resultados ao passar de US$ 739 milhões em lucro em 2008, a US$ 550 milhões de perdas no primeiro trimestre de 2009. A Ford Ásia-Pacífico África perdeu, por sua vez, US$ 96 milhões.

A Ford América do Sul manteve-se lucrativa, embora seus números tenham passado de US$ 257 milhões em 2008 a US$ 63 milhões.

As perdas de Volvo, que a Ford está considerando vender, foram de US$ 255 milhões, US$ 104 milhões a mais que no mesmo período de 2008.

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