Crise bate forte nas montadoras japonesas; Toyota perde mais

Em Tóquio

  • Reuters - Dez.08

A produção global dos fabricantes japoneses de automóveis caiu abruptamente em fevereiro, quase 50% no caso da Toyota, no momento em que o setor automotivo do país lida com a sua pior previsão de vendas em 32 anos. No mês passado, as montadoras japonesas enfrentaram quedas de entre 33,5% e 62,7% em seus níveis de produção global, exportações e vendas domésticas.

Já faz quatro meses que a crise global impede o setor automotivo japonês de se reerguer. Diante da queda da demanda, os fabricantes optaram por cortar sua produção no mundo todo entre 35% e 54,6% no mês de fevereiro.

Além disso, a Associação de Fabricantes de Veículos do Japão (Jama, em inglês) previu nesta terça-feira (24) uma queda de 8% nas vendas de veículos no Japão para o ano fiscal de 2009, que termina em março de 2010. A entidade prevê a venda de 4.297.600 veículos, o nível mais baixo desde 1977.

"Há sinais de que os dados sobre a demanda vão piorar ainda mais", disse Satoshi Aoki, presidente da Jama, citado pela agência local Kyodo.

O maior fabricante de veículos do Japão, o grupo Toyota, reduziu sua produção global em 49,6% no mês de fevereiro. O corte de janeiro (39,1%) já havia sido o pior registrado desde 1986. As exportações da Toyota -- que apesar de tudo se tornou a maior montadora do mundo, ultrapassando a americana General Motors (GM) -- caíram 68,4% em fevereiro, enquanto que suas vendas no Japão tiveram queda de 25,2%.

A Honda, segunda maior montadora japonesa, reduziu sua produção global em 42,7%, seu quarto retrocesso mensal consecutivo apesar do recorde de unidades fabricadas registrado no mês passado na China (34.936 automóveis, aumento de 5,7%). As exportações da vice-líder do setor automotivo do Japão caíram 37,8%, tendo sido especialmente afetadas na América do Norte, onde tiveram queda de 45,6%.

Piores ainda são os números de fevereiro da Nissan, cujo presidente, o brasileiro Carlos Ghosn, classificou a atual crise da indústria automobilística como a pior da história. As exportações da Nissan caíram 77,6% no total anual e sua produção global teve queda de 51,3%. Destacam-se os cortes na produção das fábricas na Espanha (86,1%) e no México (30,3%).

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