Presidente da Renault-Nissan pede socorro para evitar demissões

Em Tóquio

O presidente do grupo Renault-Nissan, o brasileiro Carlos Ghosn, disse nesta segunda-feira (1) que a indústria automotiva global motor enfrentará "perdas maciças de emprego" durante vários anos se não for oferecido o necessário estímulo financeiro, segundo a agência japonesa Kyodo.

Ghosn participou de um simpósio, em Tóquio, no qual disse que os efeitos de uma falta de financiamento aos fabricantes de veículos poderiam não ser sentidos de forma imediata, mas "em alguns poucos anos". O executivo acrescentou ainda que a perda de empregos "não ocorrerá em apenas um país, mas em vários, que serão contagiados numa reação em cadeia".

"Acho que é importante financiar uma indústria que proporciona tantos empregos", disse Ghosn.

As declarações ocorrem em um momento no qual a indústria automotiva japonesa começa a ser profundamente afetada pela crise econômica global, que causou a queda de suas vendas e o anúncio da demissão de trabalhadores temporários.

JAPÃO: VENDAS CAEM 27,3%
As vendas de veículos novos no Japão caíram 27,3% em novembro com relação ao mesmo mês de 2007, até o nível mínimo em 39 anos, anunciou a Associação de Distribuidores de Veículos do Japão. No quarto mês de retrocesso no setor, foram comercializadas 215.783 unidades no país. Apenas o segmento de supercompactos escapou do corte provocado pelo atual cenário econômico desfavorável.

Durante as últimas semanas, alguns dos principais fabricantes de veículos japoneses, como Nissan, Mazda, Suzuki e Isuzu, começaram a anunciar que demitirão trabalhadores temporários ou em regime de meio período, devido aos planos de reduzir a produção no Japão.

Por enquanto, limitaram-se a não renovar os contratos que terminaram e a paralisar novas contratações, mas, segundo as previsões de mercado, se o panorama econômico piorar, começará a haver demissão de trabalhadores a médio prazo.

Os comentários de Ghosn se juntam ao pedido de financiamento ao Congresso dos Estados Unidos por parte da General Motors, Chrysler e Ford.

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