Indústria automotiva brasileira cresce no primeiro semestre

São Paulo, 6 jul (EFE).- A indústria automotiva brasileira cresceu no primeiro semestre do ano em comparação com o mesmo período de 2005, informou hoje a Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores.

Na primeira metade do ano, foram fabricados no país 1,3 milhão de veículos, 4,4% a mais do que no mesmo período do ano anterior, segundo a Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

As vendas no mercado interno foram de 861.225 unidades, o que representa um crescimento de 7,6% frente ao primeiro semestre de 2005, enquanto as exportações do setor cresceram 5,6 %, somando US$ 5,574 bilhões.

Segundo a Anfavea, os resultados semestrais da indústria automotora poderiam ter sido melhores, se não fossem os números negativos de junho.

No mês passado, a produção caiu 6,7% em comparação com maio, as vendas tiveram queda de 9,6%, e o valor das exportações foi reduzido em 10,3%.

O presidente da Anfavea, Rogelio Golfarb, atribuiu o fraco rendimento de junho ao que chamou de "efeito copa", que praticamente paralisava o país a cada vez que a equipe entrava em campo pelo Mundial de Futebol da Alemanha.

"Junho foi um mês de queda nas vendas devido ao 'efeito copa', que, ao reduzir as vendas, afetou também a produção", disse Golfarb em entrevista coletiva.

O presidente da Anfavea acrescentou que a redução das exportações foi conseqüência da revalorização do real diante do dólar, que diminui a competitividade dos veículos brasileiros no mercado externo.

"As exportações nos preocupam bastante, pois a questão cambial costuma ter efeito gradual na indústria automotiva", explicou.

Golfarb assinalou que, embora a cotação do dólar seja definida livremente pelo mercado, é necessário que o país modernize suas legislações cambial e tributária, para que o dólar barato e os impostos não prejudiquem as exportações.

"O preço do dólar deixou de ser um fator incentivador das exportações", disse o presidente da Anfavea, em referência à queda de 6,84% do dólar no primeiro semestre.

Apesar das dificuldades, Golfarb reiterou suas expectativas de crescimento para este ano.

A expectativa da Anfavea é de que a produção cresça 4,5% este ano, com relação a 2005, chegando às 2,64 milhões de unidades.

A Associação também projeta um aumento de 7,1% nas vendas, chegando aos 1,83 milhão de veículos; e de 2,7% nas exportações, que ano fim do ano devem somar US$ 11,5 bilhões.

Golfarb comentou ainda o acordo para regular o comércio de veículos, assinado no dia 26 de maio, em Buenos Aires, por Brasil e Argentina, que classificou como "um grande êxito".

"A Argentina é o maior cliente da indústria automotiva brasileira, e nós também compramos muito deles", disse Golfarb, em referência ao acordo que entrou em vigor no último dia 1 de julho, e tem vigência de dois anos.

Segundo Golfarb, o acordo "satisfaz as necessidades dos dois países", e é um passo a mais rumo ao objetivo comum de avançar em direção ao livre mercado automotivo dentro de dois anos.

Brasil e Argentina são ainda os dois membros do Mercosul com indústrias automotivas realmente fortes. O bloco é integrado ainda por Paraguai e Uruguai, e esta semana ganhou a adesão da Venezuela.

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