EUA: fabricantes aceleram investimentos em carros híbridos

Por César R. Díaz Detroit (EUA), 9 jan (EFE).- Os fabricantes de automóveis americanos aceleram seus planos para pôr no mercado versões híbridas de seus veículos, e assim competir com as marcas asiáticas em um terreno no qual estiveram ausentes.

A General Motors (GM) sai na frente e apresenta no Salão Internacional do Automóvel da América do Norte, realizado em Detroit, as versões bicombustível de dois modelos convencionais, o Saturn VUE e o Chevy Tahoe.

A GM anunciou que o Saturn VUE Green Line será lançado em meados do ano, encerrando a ausência do maior fabricante de automóveis do mundo no campo da tecnologia híbrida para o público em geral.

A GM quer que o VUE Green Line - que melhorará seu consumo em 20% em comparação com a versão tradicional do mesmo veículo - seja o veículo esportivo utilitário bicombustível mais barato do mercado com um preço abaixo de US$ 23 mil para competir com o Ford Escape Hybrid, que se transformou em um sucesso de vendas no ano passado.

O VUE Green Line possui motor de 2,4 litros com tecnologia VVT (sigla em inglês de Válvula de Abertura Variável) e transmissão automática de quatro velocidades, além do motor elétrico que permite consumo de 8,7 quilômetros por litro na cidade e 7,3 na estrada.

O outro híbrido da GM, o Tahoe, é um veículo mais polêmico porque apesar de utilizar dupla motorização gasolina/elétrica, o utilitário possui um motor V8 que obtém apenas economias marginais no consumo de combustível.

No entanto, a GM assegura que o sistema híbrido em funcionamento com o sistema de desativação de cilindros Active Fuel Management pode obter uma economia de combustível de até 25%.

O Tahoe Hybrid tem lançamento previsto para o final do ano que vem como modelo 2008, embora a GM não tenha anunciado a data exata nem o preço previsto do veículo.

Por enquanto, a Ford trabalha em sua segunda geração de híbridos, após o sucesso do Ford Escape Hybrid e de seu "irmão", o Mercury Mariner.

Bryan Olson, gerente de marketing do Escape Hybrid, destacou que no próximo ano a Ford lançará sua segunda geração de híbridos de quatro portas com o Ford Fusion e o Mercury Milan, assim como o Mazda Tribute Hybrid.

"A segunda geração terá mais potência e menor consumo em relação aos híbridos atuais", disse Olson.

Olson disse que o espaço de três anos entre a aparição do Escape Hybrid e os novos modelos de híbridos da marca se deve às dificuldades enfrentadas pelo fabricante americana em relação ao fornecimento de componentes. Entretanto, assegurou ser este um problema inerente a uma tecnologia inovadora como a híbrida.

A corrida da Ford e da General Motors rumo ao mercado dos bicombustíveis se deve ao inesperado aumento da demanda desses veículos nos Estados Unidos em decorrência do aumento dos preços da gasolina, oportunidade que já foi aproveitada pelas japonesas Toyota e Honda.

Mas a Ford se comprometeu a remediar a situação e o presidente da companhia, Bill Ford, quer produzir até 2010 cerca de 250 mil híbridos por ano e aumentar a venda de veículos com combustíveis alternativos, como o etanol.

Analistas do setor consideram que os híbridos representarão 4% das vendas de veículos nos Estados Unidos em 2012.

A General Motors também começou a manifestar seu desejo de ser o principal fabricante americano de híbridos com a fabricação de 12 modelos nos próximos quatro anos, incluindo o Cadillac Escalade, que chegará às lojas no ano que vem.

A Ford e a GM terão de disputar o segmento com a Toyota e a Honda. A primeira vendeu em 2005 cerca de 100 mil bicombustíveis - a maioria deles da marca de mini van Prius -, nada menos que a metade dos 200 mil híbridos adquiridos nos Estados Unidos no ano passado.

Em Detroit, a Toyota apresenta a versão híbrida de mini van Camry - o carro mais vendido nos Estados Unidos nos últimos anos -, um veículo que provavelmente terá muitos adeptos entre os consumidores americanos.

A Honda colocará à venda ainda neste ano o Civic Hybrid, uma família de veículos que acaba de receber o título de Carro do Ano na América do Norte segundo a imprensa especializada americana.

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