Fed aprova pedido da GM para transformar braço financeiro em banco comercial

WASHINGTON, 25 dez 2008 (AFP) - O Federal Reserve (Fed, banco central americano) aprovou na noite de quarta-feira um pedido do GMAC, braço financeiro em dificuldades da General Motors, para se tornar banco comercial, o que abre o caminho para receber uma parte dos recursos do pacote bilionário do governo e empréstimos de emergência.

A mudança, anunciada na véspera do Natal, atende o desejo da GM depois que o governo dos Estados Unidos aprovou semana passada um pacote de resgate de US$ 13,4 bilhões para a GM e a Chrysler, com a meta de salvar as gigantes do colapso em meio à crise de crédito e quedas nas vendas.

Essa era a condição indispensável para uma recapitalização do estabelecimento com fundos públicos. Enquanto banco, o GMAC vai poder obter novos fundos do Tesouro, dentro do pacote Paulson de estabilização do sistema financeiro.

A sociedade poderá igualmente ter acesso a operações de financiamento organizadas regularmente pelo Federal Reserve.

Outras sociedades de serviços financeiros, como a American Express ou o CIT Group, haviam feito o mesmo pedido, mas o caso do GMAC era considerado um bem mais difícil em função da amplitude das perdas da sociedade. O GMAC, que se diversificou sem muito sucesso no setor do crédito imobiliário, perdeu 5 bilhões de dólares nos últimos seis meses.

O GMAC corria o risco de falência, o que colocaria em risco o financiamento de proprietários de carros da GM. Provavelmente o fim da empresa arrastaria junto uma das três grandes montadoras de Detroit.

O Fed alegou as circunstâncias incomuns para aceitar o pedido da GM, mas destacou que a empresa e o fundo Cerberus Capital Management terão que reduzir sua participação acionária no GMAC.

A GM terá que diminuir sua presença no capital do GMAC a menos de 10% das ações com direito a voto e no total. O Cerberus, dono da Chrysler, deve reduzir sua participação a menos de 14,9% das ações com direito a voto e 33% no total.

Em um comunicado, o GMAC explica que seu novo status "oferecerá a possibilidade de ter acesso a capitais que ampliarão sua flexibilidade e estabilidade financeira".

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