Funcionários da Nissan fazem violento protesto contra demissões em Barcelona
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Josep Lago/AFP
Os manifestantes bloquearam durante uma hora a Gran Vía de Barcelona, uma das principais avenidas da cidade. Ao chegar à sede da Nissan, vários deles começaram a jogar ovos, pedras e outros objetos contra a fachada do prédio.
A Nissan planeja demitir 40% dos trabalhadores em um projeto que prevê o corte de 1.288 empregos em 2008 e de 392 em 2009 em duas fábricas de Barcelona, segundo o plano apresentado na segunda-feira ao comitê da empresa, após a queda drástica na venda de seus utilitários e caminhões leves no país.
"A crise econômica global causou uma queda dramática do volume industrial", alega a Nissan para justificar a decisão de demitir tantos funcionários.
Em outubro, o presidente do Grupo Renault-Nissan Carlos Ghosn havia afirmado que as piores conseqüências da crise ainda estariam por vir e que seus efeitos seriam sentidos pelo menos até 2010.
O impacto da crise financeira internacional na Espanha deixou o país à beira da recessão, afetando a produção industrial do país, incluindo aí a do setor automotivo. Além da Renault-Nissan, a americana General Motors e a espanhola Seat, ligada ao grupo Volkswagen, também anunciaram cortes em sua folha de pagamento.
CRISE AO REDOR DO MUNDO
Em todo o mundo, várias montadoras vêm ajustando a produção de veículos, com anúncio de corte de vagas ou de férias coletivas para funcionários, enquanto trabalhadores, sindicatos e governos discutem medidas de auxílio ao setor.
No Brasil, o governo paulista anunciou nesta terça-feira a abertura de linha de crédito de R$ 4 bilhões. Um dia antes, nos Estados Unidos, o presidente eleito Barack Obama pediu ação rápida do atual presidente George W. Bush para ajudar a indústria automobilística do país.