Argentina tem potencial para ser um grande exportador de biocombustível
Por Olivier Baube BUENOS AIRES, 26 abr (AFP) - A Argentina, potência agrícola que acaba de sancionar uma lei de incentivo ao desenvolvimento de biocombustíveis, tem recursos para se transformar em um dos maiores exportadores de biodiesel ou etanol, segundo especialista consultado pela AFP.
"A Argentina não deve perder o trem da história, quando tudo indica que os biocombustíveis chegaram para ficar e se desenvolver", assegurou à AFP o diretor-executivo da Associação Argentina de Biocombustíveis, Claudio Molina.
Com o barril de petróleo a mais de 70 dólares, o horizonte está mais aberto do que nunca para o desenvolvimento dos biocombustíveis. Vários investidores estão se preparando.
A Argentina decidiu seguir os passos da União Européia (UE) ao votar na semana passada uma lei que prevê incorporar no ano 2010 pelo menos 5% de biocombustíveis nas naftas e diesel consumidos no país, contra 5,75% na Europa.
A Argentina precisará então de cerca de um milhão de metros cúbicos de biocombustíveis em 2010, dos quais dois terços serão de biodiesel, segundo Molina.
O especialista destacou que além disso, ainda neste ano, a UE precisará de cerca de 15 milhões de toneladas de biocombustíveis, grande parte das quais deverá importar.
Segundo Molina, é urgente, portanto, que a Argentina gere capacidade de produção de biocombustíveis, sobretudo de biodiesel, que é obtido a partir do óleo vegetal como o da soja. A Argentina é o terceiro produtor mundial da soja.
Por enquanto, a capacidade de produção da Argentina é extremamente limitada.
A pequena empresa argentina Oilfox teve de reduzir 10 vezes a quantidade de biodiesel que se comprometeu a vender para a Alemanha nos próximos anos, por capacidade insuficiente de produção.
A situação, no entanto, poderá melhorar rapidamente dado o crescente interesse dos grandes fabricantes de óleos vegetais no setor de biocombustíveis.
A empresa argentina Vicentin, uma das mais importantes fabricantes de óleo do país, começou a construir uma fábrica, em associação com a alemã Lurgi, que poderá produzir cerca de 200.000 toneladas anuais de biocombustível a base de óleo de soja até 2007, segundo Molina, acrescentando que o país é o maior exportador mundial deste produto.
A área de cultivo de soja aumentou de seis milhões de hectares em 1995-1996 para 15 milhões de hectares em 2005-2006 na Argentina, um dos poucos países -ao lado do Brasil- que ainda podem aumentar significativamente a superfície dedicada a este cultivo.
E sua expansão ainda não parou, dizem os especialistas, como demonstra por exemplo o crescimento de 8% da superfície dedicada à soja em 2005-2006 em relação à safra anterior (2004-2005). A soja, cujos preços não deixam de aumentar frente a um custo de produção relativamente baixo, não parou de crescer no imenso Pampa argentino, em detrimento de outros cultivos, criação de gado e sobretudo empobrecimento considerável das terras, com o risco de esgotá-las no tempo, denunciam seus detratores.
"A Argentina não deve perder o trem da história, quando tudo indica que os biocombustíveis chegaram para ficar e se desenvolver", assegurou à AFP o diretor-executivo da Associação Argentina de Biocombustíveis, Claudio Molina.
Com o barril de petróleo a mais de 70 dólares, o horizonte está mais aberto do que nunca para o desenvolvimento dos biocombustíveis. Vários investidores estão se preparando.
A Argentina decidiu seguir os passos da União Européia (UE) ao votar na semana passada uma lei que prevê incorporar no ano 2010 pelo menos 5% de biocombustíveis nas naftas e diesel consumidos no país, contra 5,75% na Europa.
A Argentina precisará então de cerca de um milhão de metros cúbicos de biocombustíveis em 2010, dos quais dois terços serão de biodiesel, segundo Molina.
O especialista destacou que além disso, ainda neste ano, a UE precisará de cerca de 15 milhões de toneladas de biocombustíveis, grande parte das quais deverá importar.
Segundo Molina, é urgente, portanto, que a Argentina gere capacidade de produção de biocombustíveis, sobretudo de biodiesel, que é obtido a partir do óleo vegetal como o da soja. A Argentina é o terceiro produtor mundial da soja.
Por enquanto, a capacidade de produção da Argentina é extremamente limitada.
A pequena empresa argentina Oilfox teve de reduzir 10 vezes a quantidade de biodiesel que se comprometeu a vender para a Alemanha nos próximos anos, por capacidade insuficiente de produção.
A situação, no entanto, poderá melhorar rapidamente dado o crescente interesse dos grandes fabricantes de óleos vegetais no setor de biocombustíveis.
A empresa argentina Vicentin, uma das mais importantes fabricantes de óleo do país, começou a construir uma fábrica, em associação com a alemã Lurgi, que poderá produzir cerca de 200.000 toneladas anuais de biocombustível a base de óleo de soja até 2007, segundo Molina, acrescentando que o país é o maior exportador mundial deste produto.
A área de cultivo de soja aumentou de seis milhões de hectares em 1995-1996 para 15 milhões de hectares em 2005-2006 na Argentina, um dos poucos países -ao lado do Brasil- que ainda podem aumentar significativamente a superfície dedicada a este cultivo.
E sua expansão ainda não parou, dizem os especialistas, como demonstra por exemplo o crescimento de 8% da superfície dedicada à soja em 2005-2006 em relação à safra anterior (2004-2005). A soja, cujos preços não deixam de aumentar frente a um custo de produção relativamente baixo, não parou de crescer no imenso Pampa argentino, em detrimento de outros cultivos, criação de gado e sobretudo empobrecimento considerável das terras, com o risco de esgotá-las no tempo, denunciam seus detratores.