VW se alia à Porsche para se defender do apetite estrangeiro
Por Morgan Hamon
FRANKFURT, Alemanha, 26 set (AFP) - Primeiro fabricante europeu de automóveis, a Volkswagen decidiu se aliar ao grupo de carros de luxo Porsche para proteger sua independência do apetite de investidores estrangeiros e defender a competitividade da indústria alemã.
A entrada da Porsche no capital da VW não foi bem recebida nos mercados que, apesar de terem destacado as vantagens da operação para o líder europeu do setor automotivo, questionaram os benefícios a longo prazo para o fabricante de carros esportivos.
A Porsche, com sede em Stuttgart, anunciou domingo a intenção de se tornar o maior acionista do número um europeu do automóvel, comprando cerca de 20% de seus títulos com direito a voto.
O fabricante de carros esportivos começou a comprar ações da VW no mercado. Domingo, controlava menos de 5% do capital da empresa, segundo um porta-voz. Com este investimento, avaliado em mais de 3,3 bilhões de euros (4,1 bilhões de dólares), a Porsche disse que pretende proteger seu sócio histórico contra eventuais opções de compra hostis.
Os dois grupos estão ligados por uma longa série de acordos de cooperação. Atualmente, a VW garante no total cerca de 30% das vendas da Porsche.
Estes contratos são fruto de uma longa história em comum. O fundador da Porsche, Ferdinand Porsche, criou o fusca da VW, o famoso carro que fez o nome da Volkswagen após a II Guerra Mundial.
O neto dele, Ferdinand Piech, atual presidente do conselho de administração da VW, parece ter tido uma grande participação na transação de domingo.
Para a VW a operação é "verdadeiramente muito positiva", disse o banco LRP em nota à imprensa. O fabricante buscava há muito tempo um investimento estável, sob a perspectiva da revogação a médio prazo da lei Volkswagen, questionada pela União Européia (UE).
Esta "ação de ouro" protege o capital da VW impedindo os acionistas de terem mais de 20% dos direitos de voto. Atualmente, o maior acionista da Volkswagen é o Estado federado da Baixa Saxônia (norte), que tem 18,2% dos direitos de voto.
Com o fim da lei Volkswagen, o grupo teme passar para as mãos dos fundos especulativos. Segundo o Der Spiegel, Piech sabe que vários "hedge funds" criaram, há anos, um plano de luta para desmantelar o grupo VW.
A VW anunciou este ano que estava convidando o emirado de Abu Dhabi a entrar no capital na companhia, mas o reino do Golfo recusou a oferta.
Os analistas, pelo contrário, não estão totalmente convencidos do interesse da transação para a Porsche.
Certamente, o fabricante de automóveis mais rentável do mundo protege seus sócios, mas o investimento - a quarta parte dos fundos próprios - é muito pesada, comentou a presidência do Deutsche Bank em nota à imprensa.
Na Bolsa de Frankfurt, os acionistas não gostaram da operação. Às 11H00 GMT, a VW perdia 0,46%, a 52,10 euros, com o DAX em alta de 1,88%. A Porsche caía 8,91%, chegando a 167,00 euros.
FRANKFURT, Alemanha, 26 set (AFP) - Primeiro fabricante europeu de automóveis, a Volkswagen decidiu se aliar ao grupo de carros de luxo Porsche para proteger sua independência do apetite de investidores estrangeiros e defender a competitividade da indústria alemã.
A entrada da Porsche no capital da VW não foi bem recebida nos mercados que, apesar de terem destacado as vantagens da operação para o líder europeu do setor automotivo, questionaram os benefícios a longo prazo para o fabricante de carros esportivos.
A Porsche, com sede em Stuttgart, anunciou domingo a intenção de se tornar o maior acionista do número um europeu do automóvel, comprando cerca de 20% de seus títulos com direito a voto.
O fabricante de carros esportivos começou a comprar ações da VW no mercado. Domingo, controlava menos de 5% do capital da empresa, segundo um porta-voz. Com este investimento, avaliado em mais de 3,3 bilhões de euros (4,1 bilhões de dólares), a Porsche disse que pretende proteger seu sócio histórico contra eventuais opções de compra hostis.
Os dois grupos estão ligados por uma longa série de acordos de cooperação. Atualmente, a VW garante no total cerca de 30% das vendas da Porsche.
Estes contratos são fruto de uma longa história em comum. O fundador da Porsche, Ferdinand Porsche, criou o fusca da VW, o famoso carro que fez o nome da Volkswagen após a II Guerra Mundial.
O neto dele, Ferdinand Piech, atual presidente do conselho de administração da VW, parece ter tido uma grande participação na transação de domingo.
Para a VW a operação é "verdadeiramente muito positiva", disse o banco LRP em nota à imprensa. O fabricante buscava há muito tempo um investimento estável, sob a perspectiva da revogação a médio prazo da lei Volkswagen, questionada pela União Européia (UE).
Esta "ação de ouro" protege o capital da VW impedindo os acionistas de terem mais de 20% dos direitos de voto. Atualmente, o maior acionista da Volkswagen é o Estado federado da Baixa Saxônia (norte), que tem 18,2% dos direitos de voto.
Com o fim da lei Volkswagen, o grupo teme passar para as mãos dos fundos especulativos. Segundo o Der Spiegel, Piech sabe que vários "hedge funds" criaram, há anos, um plano de luta para desmantelar o grupo VW.
A VW anunciou este ano que estava convidando o emirado de Abu Dhabi a entrar no capital na companhia, mas o reino do Golfo recusou a oferta.
Os analistas, pelo contrário, não estão totalmente convencidos do interesse da transação para a Porsche.
Certamente, o fabricante de automóveis mais rentável do mundo protege seus sócios, mas o investimento - a quarta parte dos fundos próprios - é muito pesada, comentou a presidência do Deutsche Bank em nota à imprensa.
Na Bolsa de Frankfurt, os acionistas não gostaram da operação. Às 11H00 GMT, a VW perdia 0,46%, a 52,10 euros, com o DAX em alta de 1,88%. A Porsche caía 8,91%, chegando a 167,00 euros.