Tapete vermelho para os 50 anos do Citroën DS

PARIS, 24 jun (AFP) - Sua carroceria aerodinâmica e generosa faz dele um dos carros mais elegantes da sua geração, sua tecnologia vanguardista o levou ao auge da indústria automobilística de sua época. O DS da Citroën comemora neste ano meio século de existência.

Este carro é o símbolo de uma época: a dos gloriosos anos 30. Sentado no banco de trás de um DS, o general De Gaulle escapou do atentado de Petit-Clamart, em 1962. O DS também foi campeão de ralis (em Montecarlo, em 1959 e 1966).

Muitos filmes o levaram para as telas, como "Prenda-me se for Capaz" (Catch me if you can, de 2002), de Steven Spielberg, em que os gerdarmes franceses chegam como carabineiros de Offenbach ao volante de um DS para deter o personagem de Leonardo di Caprio.

Os franceses foram apresentados às suas linhas arredondadas, obra do designer Flaminio Bertoni, no Salão do Automóvel de Paris de 6 de outubro de 1955.

O carro está cheio de inovações tecnológicas: suspensões hidropneumáticas, caixa de marcha semi-automática, freios dianteiros de disco.

"Vendo os veículos de antes da guerra que percorriam as estradas francesas, o impacto deve ter sido como o de um disco voador", compara Michel Weiss, secretário da federação DS, que reúne meio milhão de aficionados na França.

O DS foi um sucesso imediato e recebeu 12 mil encomendas no primeiro dia da feira, com prazos de entrega para 15 meses.

Sucesso também no exterior. "O DS é conhecido mundialmente porque foi muito exportado", explica a Citroën.

"Alguns países batizaram o DS com apelidos derivados de nomes oficiais, como o 'Pallas' (nome de um modelo DS de 1964), que na Itália passou a ser sinônimo do modelo", lembra a fabricante, destacando que cada país fez suas adaptações também no próprio carro.

"Na Grã-Bretanha, onde foi fabricado até 1965, adotava particularidades locais como partes em madeira com detalhes redondos ou luzes traseiras específicas", acrescenta.

A hidráulica contribuiu para o sucesso do automóvel. "É um carro que sobe, que desce, que vive!", exclama Weiss.

O DS, um modelo de luxo, desde 1956 foi substituído por um modelo para o grande público, o ID, menos elegante, menos sofisticado, menos potente, com acabamento menos refinado.

Durante seus 20 anos de carreira, foram vendidos 1.455.000 carros entre a França e o exterior.

Foram muitos os aficionados do DS. Em seu livro, "Mitologias", o escritor francês Roland Barthes estimava que a carroceria única fazia do DS um dos "objetos descidos de outro mundo", comparando-o com outra máquina lendária, o "Nautilus", de Julio Verne.

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