Yamaha XJ6 é acessível a ponto de deixar esportividade de lado

Da Infomoto

O segmento de motocicletas de 600 cm³ oferece diversas opções ao motociclista, já que é uma fatia de mercado bastante disputada em todo o mundo e também no Brasil. Há vários modelos como opção: Honda CB600F Hornet, Suzuki Bandit 650, Ducati Monster 696, Kawasaki ER-6N... e agora a nova naked Yamaha XJ6, que acaba de ser lançada por aqui. O sucesso deste tipo de moto vem principalmente de seu preço mais acessível que as 1.000 cm³ e do fato de serem mais amigáveis a ponto de figurarem como a primeira moto grande na vida de um motociclista.

  • Gustavo Epifanio/Infomoto

    Com design moderno, naked Yamaha XJ6 tem motor de 600cm³ e preço atrativo

Pensando justamente nesses pilotos “emergentes”, a XJ6 foi apresentada no Salão de Colônia, Alemanha, em 2008, com a proposta de ser uma 600 cm³ com motor de quatro cilindros, fácil de pilotar e confortável. Acima de tudo, o modelo Yamaha foi projetado para ser mais acessível que outras motos do segmento. Seu preço público sugerido de R$ 27.500 (sem frete e seguro), a posiciona como a 600cm³ de quatro cilindros mais em conta à venda no país.

 

YAMAHA FZ6N DÁ ADEUS

  • Caio Mattos/Infomoto

    Com a chegada da XJ6, a naked Yamaha FZ6N deixa de ser comercializada no Brasil. Assim como acontece na Europa, ainda há algumas unidades da FZ6N nas concessionárias brasileiras por um preço bem atrativo, porém o modelo deixará de ser fabricado em todo o mundo.

    Com base em suas especificações, não se pode dizer que a XJ6 veio substituir a antiga FZ6, já que a proposta é outra. Além disso, a Yamaha já mostrou na Europa fotos da nova FZ8, essa sim uma naked apimentada com motor maior e projetada para quem gosta de esportividade. Entretanto, não há previsão de comercialização da FZ8 no Brasil.

Claro, a Yamaha teve de dotar a XJ6 de especificações mais modestas que a FZ6N -- modelo também com motor tetracilíndrico de 600 cm³ que não será mais comercializado no Brasil. Apesar do design moderno e agressivo, caracterizado pelo farol assimétrico e pontiagudo, a XJ6 não traz a esportividade de sua antecessora.

O novo motor de quatro cilindros em linha, duplo comando no cabeçote (DOHC), 16 válvulas, e arrefecimento líquido, é apenas externamente similar ao da Yamaha FZ6N. Tem a mesma capacidade e manteve o diâmetro e curso dos pistões (65.5 x 44.5 mm), mas ganhou novo cabeçote, virabrequim e dutos de admissão retrabalhados. O projeto privilegiou a força em baixas e médias rotações. Tanto que o torque máximo de 6,1 kgfm já aparece nas 8.500 rpm, 1.500 rotações mais cedo do que na aposentada FZ6N. O resultado é um motor mais manso que produz cerca de 20 cavalos a menos: 77,5 cv de potência máxima a 10.000 rpm.

Os aficionados por números de desempenho podem torcer o nariz para a novidade. E com razão. Ao experimentar a XJ6 na pista, percebe-se que seu motor demora mais para crescer de giro e seu desempenho não pode ser comparado ao da FZ6. Mas também nota-se uma faixa de utilização mais ampla e o torque em giros mais baixos faz da XJ6 um modelo interessante para os mais inexperientes ou para aqueles que procuram uma naked para o uso diário.


XJ6 ANDA MENOS, MAS CUSTA MENOS

Concorde ou não, a filosofia da XJ6 é justamente essa: por que pagar mais por pinças de freio radiais, suspensão invertida, quadro em alumínio e um motor que gira a 13.000 rpm se você roda muito na cidade e as estradas estão cheias de radares? Tanto é assim, que sua ciclística espartana não se mostrou adequada para uma pilotagem mais radical na pista, porém devem funcionar muito bem nas ruas e rodovias.

FICHA TÉCNICA
Yamaha XJ6N 2010

Motor Quatro cilindros em linha, DOHC, 16 válvulas, quatro tempos, arrefecimento líquido.
Potência 77,5 cv a 10.000 rpm.
Torque 6,1 kgfm a 8,500 rpm.
Alimentação Injeção eletrônica.
Câmbio Seis marchas com transmissão final por corrente.
Quadro Tubular em aço do tipo diamante.
Suspensão Dianteira por garfo telescópico convencional, com 130 mm de curso; Traseira por balança monoamortecida com 130 mm de curso.
Freios Disco duplo de 298 mm de diâmetro (dianteiro) e disco simples de 245 mm (traseiro).
Dimensões 2.120 mm x 770 mm x 1.085 mm (CxLxA); 1.440 mm (entre-eixos); 785 mm (altura do assento); 140 mm (altura mínima do solo).
Tanque 17,3 litros (3,4 l de reserva).
Peso 205 kg (a seco).
Preço R$ 27.500

O quadro tubular em aço é um dos principais responsáveis pelo peso a seco de 205 kg -- a aposentada FZ6N pesava 180 kg e usava liga de alumínio. Na dianteira, a XJ6 traz garfo telescópico convencional e, na traseira, uma balança monoamortecida (com ajuste na pré carga da mola). O conjunto de suspensões está de acordo com a proposta da moto. Ou seja, bastante equilibrado para pilotar de forma comportada, porém “mole” demais para suportar uma dose maior de esportividade. Assim como os freios -- disco duplo, na frente, e simples, atrás – que proporcionam frenagens eficientes, mas sem aquela mordida e o “susto” de modelos mais esportivos.

Por outro lado, a XJ6 oferece bastante conforto. O desenho do banco e o encaixe das pernas no tanque garantem uma posição de pilotagem bastante natural e o assento a apenas 78,5 cm do solo passa segurança para os iniciantes em manobras e também em passeios pela cidade. O guidão, além de plano e bastante ergonômico, oferece duas posições de ajuste.

Também pensando na agilidade do novo modelo em uso urbano, a fábrica adotou um pneu traseiro mais estreito -- 160/60 -- para calçar a roda de liga aro 17. Com isso, a XJ6 fica mais ágil em mudanças de direção e bastante rápida para entrar nas curvas. Aos críticos de plantão, nem sempre um pneu largo na traseira é a melhor opção.

Mas se os engenheiros economizaram na ciclística, os designers não pouparam esforços na hora de traçar as linhas dessa nova naked. Apesar de sua proposta mais econômica, o visual da XJ6 é de muito bom gosto. Além do característico conjunto óptico, o design é marcado pela ausência do escapamento na traseira minimalista. A saída fica quase que escondida sob a moto, o que esteticamente cria uma solução diferenciada e contribui para centralizar as massas e fazer da XJ6 uma moto bastante equilibrada.

Entre as duas opções de cores, a versão branca da XJ6 é certamente mais atraente -- há ainda a cor preta. Outro ponto forte é o elevado nível de acabamento, com as tampas do motor pintadas e belas rodas de liga leve. Em breve também deve começar a ser vendida a versão F, com uma carenagem integral. Disponível somente na cor preta, a XJ6F terá cavalete central como item de série e preço sugerido de R$ 30.500.

Em resumo, com preço mais acessível, a nova naked da Yamaha tem um bom custo x benefício quando se pensa que é uma 600 cm³ de quatro cilindros. Com design imponente, é uma boa opção para ser sua primeira moto grande. Os menos entendidos nem vão saber que a nova XJ6 tem quadro em aço e “somente” 77,5 cv. Mas se você já estiver acostumado com motos maiores, certamente vai querer 20 cavalos a mais, o quadro em alumínio... e a esportividade. (por Arthur Caldeira)

 

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